Como parte das medidas de ajuste fiscal anunciadas no ano passado, o governo vai apresentar nesta terça-feira, 19, uma lista de 239 imóveis da União que serão colocados à venda. Depois de uma tentativa fracassada de vender 20 imóveis por licitação no ano passado, agora, todo o procedimento – desde a avaliação de preços até a concessão de financiamentos – ficará por conta da Caixa Econômica Federal. A definição será oficializada em portaria a ser publicada no Diário Oficial da União (DOU).
Do total, 61 imóveis ficam no Distrito Federal, 58 em Minas Gerais e o restante está pulverizado em outros 21 Estados. Este será o primeiro lote apresentado pelo governo neste ano, que planeja divulgar novas unidades bimestralmente. Segundo o Ministério do Planejamento, as primeiras vendas serão possíveis em 45 dias.
Em agosto, o governo havia anunciado uma expectativa de arrecadação total de R$ 1,7 bilhão com a venda de 679 imóveis. O valor estimado desse primeiro lote não foi informado, já que a Caixa ainda fará avaliações.
Após o anúncio no ano passado, 20 unidades foram anunciadas, mas a licitação que ocorreu em setembro não teve nenhum interessado. Agora, com o novo pacote, foi assinado um contrato com a Caixa para operar as vendas. O banco público ficará com 3,5% do valor total arrecadado. “É menos que um corretor, menos que um leiloeiro judicial”, disse o secretário do Patrimônio da União, Guilherme Estrada Rodrigues.
De acordo com o secretário, tanto o valor dos imóveis, quanto as linhas de financiamento seguirão padrões de mercado, sem nenhum tipo de ajuda financeira do governo. Rodrigues explicou que o dinheiro arrecadado não pode ser usado diretamente para o cumprimento da meta de superávit do ano, mas acaba ajudando indiretamente na questão fiscal. Segundo ele, os valores farão parte de um fundo para melhorias de imóveis da União, o que trará economia de recursos do Orçamento que seriam destinados para essa finalidade.
O secretário reconheceu que o momento não é bom para o mercado imobiliário, mas disse que as condições ficaram melhores com a administração repassada à Caixa. “Que o mercado imobiliário está ruim é um fato. (…) Mas a venda por licitação da maneira que podíamos fazer dificultava muito o processo”, explicou.
Entre os imóveis que serão anunciados, estão as residências oficiais dos ministros da Fazenda e da Casa Civil, que estão desocupadas. A mansão do Ministério da Fazenda fica na área mais valorizada da capital federal, tem 748 metros quadrados de área construída, oito quartos, três salas, oito banheiros e duas piscinas. O ministério do Planejamento não apresentou estimativa do valor da casa.