Internacional

Governo da Austrália reconquista maioria no Parlamento em eleição parcial

O governo da Austrália reconquistou a maioria parlamentar em uma eleição crucial, neste sábado, superando temores de que uma turbulência política e o aprofundamento do conflito com Pequim – em relação a acusações de interferência chinesa – pudessem resultar na derrota dos conservadores, aliados do primeiro-ministro, Malcolm Turnbull.

John Alexander, candidato da coalizão de centro-direita do governo, ganhou um assento na Câmara Baixa, em uma eleição parcial acionada por uma corte constitucional em outubro, que proibiu a atuação de legisladores com dupla nacionalidade. A ordem custou ao governo sua maioria de um assento e forçou alguns legisladores – incluindo o vice-primeiro-ministro, Barnaby Joyce – a disputarem novamente uma vaga no Parlamento.

Alexander, um ex-campeão de tênis, foi capaz de se candidatar após renunciar da cidadania britânica, que herdou de seu pai. O principal partido da oposição, o Partido Trabalhista Australiano, colocou a ex-prêmie de Nova Gales do Sul, Kristina Keneally, na disputa.

Em seu colégio eleitoral de Bennelong, em Sydney, onde um em cada seis eleitores tem ascendência chinesa, Alexander desdenhou de preocupações sobre o aumento da retórica anti-China em Camberra. A votação especial aconteceu uma semana depois de o premiê ter confrontado Pequim sobre uma suposta intromissão nos assuntos políticos australianos. Isso provocou uma reação furiosa do governo chinês, que disse que as ações do premiê eram “enviesadas” contra o parceiro comercial mais importante de Camberra.

Na última terça-feira, um proeminente senador do Partido Trabalhista, Sam Dastyari, renunciou após reconhecer que havia aceitado doações milionárias de um empresário chinês com ligações com o Partido Comunista. Recentemente, o governo australiano apresentou projetos para conter a interferência estrangeira ao proibir doações políticas vindas de fora.

A vitória deste fim de semana restaura maioria conservadora e dá a Turnbull força para continuar seu governo num ano que deve ser complicado por novas eleições parciais que – a depender do resultado – podem desencadear eleições nacionais, caso o governo perca a maioria novamente. Fonte: Associated Press.

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