O Governo da Austrália pediu à Justiça o adiamento da audiência sobre a entrada do tenista antivacina Novak Djokovic no país, mas obteve uma resposta negativa do juiz Anthony Kelly. O objetivo era atrasar a audiência, marcada para segunda-feira, em dois dias. Caso o pedido fosse aceito, o sérvio perderia o prazo para confirmar a participação no Aberto de tênis australiano.
Documentos publicados neste domingo pelo Tribunal de Melbourne confirmaram a sessão para a data prevista anteriormente. A tentativa de adiamento veio após os advogados do tenista apresentarem documentos que provariam que ele testou positivo para covid-19 no dia 16 de dezembro, situação que, segundo a defesa, daria permissão para entrar na Austrália sem a vacinação em dia.
Djokovic chegou ao país na última quarta-feira, mas acabou barrado no aeroporto ao apresentar um atestado de isenção de vacina, que não foi reconhecido como válido pelas autoridades. Ele chegou a receber um atestado do governo estadual de Victoria e da organização do Aberto da Austrália, após fornecer informações de exames feitos com painéis médicos independentes. Assim, conseguiu a aprovação do visto, mais tarde revogada pelas autoridades federais.
O Governo australiano controla a entrada de estrangeiros exigindo a comprovação de vacinação contra covid, mas aceita receber pessoas não vacinadas quando comprovada a isenção médica. As exceções incluem pessoas que não tomaram o imunizante para não piorar um quadro clínico grave causado por outra doença ou aquelas que apresentaram reação grave na primeira dose. Já o argumento da contaminação recente tem gerado debate e será avaliado pela Justiça.
Novak Djokovic está confinado em um hotel especial da imigração australiana, reservado a refugiados, esperando pela audiência. Caso não consiga reverter o cancelamento do visto, pode ficar proibido de entrar no país por até três anos.