O governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enviou hoje 3 mil soldados para o Estado de Bolívar, no sul do país, após a população revoltada com a decisão repentina de anular cédulas monetárias ter saqueado lojas e casas durante o fim de semana.
A agitação prejudicou vários imigrantes chineses, que são proprietários de muitos supermercados na capital do Estado, Ciudad Bolívar, e nos municípios próximos. A China, que é um importante aliado econômico dos venezuelanos, pediu para que Caracas proteja os imigrantes chineses e seus estabelecimentos.
“A China está muito preocupada com os acontecimentos e a situação na Venezuela”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hua Chunying, em uma coletiva em Pequim. Os saques também prejudicaram lojas de hardware, e lojas de roupas em várias localidades.
O ministro do Interior da Venezuela, Nestor Reverol, disse que mais de 400 pessoas foram presas durante o fim de semana em todo o país, na sequência de saques em cidades do Oeste, como Maracaibo, e cidades no Leste. Cerca de 300 das detenções foram observadas no Estado de Bolívar.
Os conflitos começaram depois que Maduro anulou a cédula mais usada do país na semana passada, para combater o que ele chamou de especulação cambial. Isso enfureceu muitos venezuelano, que de repente se encontraram com cédulas inúteis a poucos dias do natal.
O governo falhou em cumprir sua promessa de dar aos venezuelanos notas novas e de maior valor até sexta-feira. O pânico abriu espaço para rebeliões em um país que já sofre com escassez de alimentos, a maior inflação do planeta e uma economia em colapso. Fonte: Dow Jones Newswires.