O governo de São Paulo adiou para 5 de outubro a volta às aulas no Estado todo, mas vai permitir que as instituições que estão em regiões já na fase amarela há mais de 28 dias possam reabrir seus espaços no dia 8 de setembro. As escolas poderão decidir se querem ou não voltar a funcionar nesses lugares. O modelo vai favorecer instituições particulares, que já se declaram prontas para funcionar, e têm feito pressão para a abertura.
A informação será anunciada nesta sexta-feira, 7, pelo governador João Doria (PSDB) em entrevista coletiva à imprensa às 12h45.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, o prefeito Bruno Covas (PSDB) não pretende abrir as escolas em 8 de setembro. A capital já está há mais de 30 dias na fase amarela.
Há uma discussão sobre se as particulares teriam a liberdade de abrir na capital com essa decisão do Estado ou não. Na prática, elas precisam de uma licença da prefeitura para funcionar. Cidades do ABC também já declararam que só voltarão às aulas no ano que vem.
O novo plano para abertura de escolas foi apresentado na quinta-feira, 6, pelo secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, ao Centro de Contingência Contra a Covid-19. A regionalização da abertura das escolas já era discutida no governo há algum tempo, mas a área da educação defendia que ela levaria a mais desigualdades educacionais porque escolas públicas não abririam.
Com a nova regra, o governo deixa a decisão de abertura na mão dos municípios e até dos diretores de escolas, que podem sofrer pressão dos pais para voltarem. Na rede pública, sindicatos de professores defendem que as escolas só retornem quando houver uma vacina para o coronavírus.
Estão na fase amarela atualmente as regiões de Araraquara e Baixada Santista, além da capital e sub-regiões Leste, Oeste, Sul e Sudeste da Grande São Paulo, mas uma nova classificação será anunciada nesta sexta por Doria.
Até então, a retomada estava condicionada à permanência de todo o Estado na fase amarela da quarentena por 28 dias. Um decreto previa que, nos primeiros 14 dias, áreas que representem 80% da população do Estado precisam estar classificadas nessa fase. Nos 14 dias subsequentes, a totalidade do território estadual terá de estar classificada dessa forma.
Até os dados desta sexta, 52,3% dos habitantes vivem em regiões que estão na fase amarela, de acordo com dados da Fundação Seade. Outros 38,7% das pessoas estão em locais com classificação laranja e 8,9% moram em lugares classificados com a cor "vermelha", a mais restritiva, que só permite o funcionamento de serviços considerados essenciais.