O governo do Estado congelou os repasses previstos para cobrir as gratuidades do Metrô no ano passado, segundo dados do Orçamento de 2015 e planilhas de execução do dinheiro previsto. Segundo os documentos, no ano passado a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) deixou de mandar para a empresa cerca de R$ 66 milhões. Para cobrir as gratuidades de estudantes o previsto era utilizar R$ 95,4 milhões.
No caso das outras gratuidades envolvendo deficientes físicos e idosos, o Metrô esperava receber R$ 235 milhões. Os benefícios receberam R$ 76,4 milhões e R$ 188 milhões, respectivamente. O Palácio dos Bandeirantes afirmou que nenhum passageiro deixou de ser transportado pelo corte.
Em entrevista à Rádio Estadão, o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni disse que a redução faz parte de um plano de metas do governo do Estado para reduzir em até 25% os gastos do Executivo. “O Metrô não deixou de atender nenhum usuário que tem direito à gratuidade. Nós atendemos todos os passageiros nos anos de 2014 e 2015. O que acontece é que no ano passado, a economia nacional e o decréscimo no PIB fez com que a arrecadação estadual caísse”, explicou o secretário.
A previsão para 2016, no entanto, segundo o orçamento aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), é o mesmo que estava orçado no ano passado.
Em agenda na cidade de Hortolândia, no interior de São Paulo, o governador Alckmin minimizou a redução nos repasses para cobrir as gratuidades do Metrô.
Assim como Pelissioni, ele disse que nenhum usuário que tem direito aos benefícios deixou de ser transportado. “Não tem corte, tem aumento. O Estado deve passar esse ano mais de R$ 5 bilhões para o Metrô, isso é prova de eficiência, exigindo um repasse menor. O que interessa para o cidadão é andar de graça.”
Alckmin explicou que os trens transportaram de graça 157 milhões de pessoa em 2015. A previsão para este ano é que 162 milhões sejam transportados.