O Julio de Lamare correu o risco de ser demolido antes da Copa do Mundo de 2014, manteve-se de pé em consequência dos protestos que tomaram as ruas do Rio em 2013 e agora vai poder continuar seu legado com um dos principais palcos da natação brasileira. Na quarta-feira à noite, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) anunciou que, em reunião com o Governo do Estado do Rio, acertou para receber a administração do local.
Inaugurado em setembro de 1978, o Julio de Lamare sempre fez parte do Complexo do Maracanã. Pensando nos Jogos Pan-Americanos de 2007, o Rio construiu um novo parque aquático, o Maria Lenk, na Barra, e reformou o De Lamare, a um custo de R$ 10 milhões. Em 2006, o parque aquático recebeu o Mundial Júnior de natação e, em 2007, os jogos de polo aquático do Pan.
Desde então, o Julio de Lamare passou a ser a casa da CBDA, que mantinha lá seu escritório. Em 2013, com a cessão de todo o complexo à Concessionária Maracanã, a empresa recebeu o aval para a demolir o parque aquático, o estádio de atletismo Célio de Barros, a Escola Municipal Arthur Friedenreich e o antigo Museu do Índio, tudo para dar lugar a estacionamentos.
Só deu tempo de destruir o Célio de Barros antes que os protestos que inicialmente reclamavam do aumento das passagens de ônibus se voltassem também contra os custos relacionados à Copa do Mundo. Pressionado, o Governo do Rio desistiu da demolição do Julio de Lamare, que àquela altura estava desativado.
Mas nunca mais o local foi aberto. O plano era que a fase inicial do polo aquático na Olimpíada fosse lá, mas a demora no início das obras de adequação fez com que a Federação Internacional de Natação (Fina) e o Comitê Olímpico Internacional (COI) pedissem a mudança. Com isso, o Julio de Lamare será apenas um local de treinamentos no Rio-2016.
Mesmo assim uma reforma precisará ser feita. As obras do Julio de Lamare e do Maracanãzinho, orçadas em cerca de R$ 40 milhões, faziam parte da contrapartida da Concessionária Maracanã, mas a empresa não cumpriu com o combinado. Para não ficar sem as duas estruturas, o Comitê Rio-2016 assumiu as obras, que vão começar em março.
O plano é que as obras fiquem prontas em julho e, que, assim que acabar a Olimpíada, o Julio de Lamare passe direto das mãos do Comitê Rio-2016 para as da CBDA. O local tem ma piscina olímpica, outra semi-olímpica e um tanque de saltos ornamentais. A CBDA promete divulgar novas informações sobre o acordo “em breve”.