A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, defendeu nesta quarta-feira, 2, que a relação entre governo e iniciativa privada evolua de crise para parceria. A fala dela ocorreu durante a Reunião Interamericana de Serviços Nacionais de Sanidade Animal, Vegetal e Inocuidade dos Alimentos frente aos Desafios do Comércio Internacional.
O evento conta com a participação de 36 países e tem o objetivo de criar condições para harmonizar procedimentos de defesa agropecuária e permitir maior fluxo de comércio entre as economias que formam os países das Américas. Canadá e Estados Unidos também participam do encontro.
Na abertura do evento, a ministra exaltou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ela também disse que as Américas podem garantir a segurança alimentar do mundo.
“Somos uma região que passou décadas importando modelos externos bem sucedidos, mas que ao longo desse período desenvolveu seus próprios métodos e hoje pode oferecer ao mundo um sistema sofisticado e que beneficie a população mundial”, afirmou.
Kátia ainda defendeu que políticas públicas são necessárias para elevar a produtividade no campo. “O produtor rural lida com o imponderável e depende de políticas públicas apropriadas para aumentar sua produtividade. Isso é indispensável e possível desde que as relações do Estado com a iniciativa privada evoluam do quesito crise para parceria”, disse. “A presidente Dilma tem sido entusiasta dessa causa”, afirmou.
Classe média
A ministra voltou a falar do programa que pretende criar uma classe média no campo. Ela lembrou que as classes D e E no Brasil estão majoritariamente no campo e disse que o objetivo é levar 400 mil pessoas para a classe média em quatro anos.
Kátia Abreu ainda chamou os países a uma maior integração. “Fome não tem ideologia. Proponho que nos coloquemos além das divergências e encontremos traços de união que beneficiem a todos. Integração é a palavra chave. Sem pretensões hegemônicas”, defendeu.
Análises de risco
Kátia Abreu defendeu, ainda, que os países das Américas harmonizem suas análises de risco para ampliar o fluxo de comércio. “Podemos harmonizar a análise de risco de alguns produtos ou de todos. Isso significa que deveremos listar os produtos de interesse e a ciência vai elaborar o padrão da análise de risco de como os países podem proceder”, afirmou.
Ela ponderou, ainda, que o objetivo é que a atitude diante de um risco seja similar ou idêntica entre os países. “Isso seria um avanço enorme. O ganho seria não só a harmonização para o combate do problema, mas contribuiria para a harmonização do comércio, facilitando exportações e importações”, argumentou.
Para ela, essa harmonização seria um passo seguro para uma plataforma única de gestão agropecuária entre as Américas.