O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira que o governo se antecipou à possibilidade de uma crise hídrica mais grave em 2022 e afastou qualquer possibilidade de racionamento de eletricidade nos próximos meses.
"O ministro (de Minas e Energia) Bento Albuquerque se antecipou a um cenário mais grave para o próximo ano. Com a bandeira vermelha (nas contas de luz) desde já, haverá uma redistribuição da energia de um ano para o outro. Ou seja, estamos antecipando um choque energético em vez de ter (um mais grave) em 2022", afirmou, em videoconferência realizada pelo jornal <i>Valor Econômico</i>.
Segundo Guedes, a bandeira vermelha mais elevada no consumo e o uso de fontes mais caras – como térmicas – em 2021 deve ser capaz de preservar os reservatórios das hidrelétricas. "O ministro Bento nos garante que não teremos um choque de oferta brutal (de energia). Além disso, com a privatização da Eletrobras, a estimativa é de que o custo da eletricidade caia em até 7%", completou.
Questionado se, apesar dessas medidas, o País ainda corre o risco de voltar a passar por um racionamento de eletricidade, o ministro descartou essa hipótese. "Se a economia crescer 6% neste ano, no próximo e em 2023, aí teremos um problema bom. Mas não é esse o cenário", respondeu.
<b>Tarifas de importação</b>
Com o Brasil registrando superávits recordes na balança de exportações e importações, Guedes, considerouque o momento é ideal para o País avançar na abertura comercial. Ele defendeu o corte unilateral pelo governo do imposto de importação em meio às divergências entre sócios do Mercosul sobre a atualização da Tarifa Externa Comum (TEC) do bloco.
"Temos superávit recorde na balança e queremos reduzir tarifas de importação. Tecnicamente, é o momento ideal para abrir a economia brasileira", comentou o ministro durante live, emendando com a posição do Brasil a respeito do corte linear de 10% em discussão na TEC.
"É o momento de reduzirmos em 10% todas as tarifas de importação, vamos fazer", disse Guedes. Segundo ele, todos os setores empresariais já foram avisados da redução de 10% na tarifa de importação.