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Governo federal busca patrocínio para abertura e encerramento do Rio-2016

Depois do apelo feito pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB), em reunião com o presidente em exercício Michel Temer e oito ministros, durante visita ao Parque Olímpico na terça-feira, o governo federal busca instituições que possam patrocinar as cerimônias de abertura e de encerramento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

Paes disse às autoridades que o Comitê Organizador Rio-2016 precisa de R$ 250 milhões e lembrou a Temer que a única entidade pública federal patrocinadora da Olimpíada são os Correios. Entre as alternativas em estudo estão patrocínios por meio da Embratur, do Ministério do Turismo, e da Apex, agência de promoção de exportações e investimento vinculada ao Ministério das Relações Exteriores.

Além dos R$ 250 milhões para as quatro festas (abertura e encerramento de cada evento), Paes pediu que a União facilite as condições para que o município obtenha empréstimo de R$ 800 milhões do BNDES. O prefeito argumentou que, para evitar atrasos em obras olímpicas, a prefeitura arcou com gastos que cabiam à União, o que afetou as contas municipais.

No encontro, Paes fez apresentação sobre os investimentos e o legado da Olimpíada e comparou gastos com edições anteriores dos Jogos Olímpicos. Ele disse que o custo total da Olimpíada no Rio, de US$ 2,8 bilhões (R$ 9,8 bilhões), equivale à metade dos gastos dos Jogos de Londres, que somaram US$ 5,1 bilhões.

Outro pleito para a Olimpíada, este do governo do Estado, é a autorização do Ministério da Fazenda para ter acesso a empréstimo de R$ 990 milhões do BNDES para a conclusão da linha 4 do metrô, que liga a Barra da Tijuca (zona oeste), local de grande parte das competições, a Ipanema (zona sul). Sem os recursos, existe o risco de a linha não ser aberta ao público a tempo da Olimpíada.

O problema é que o Estado está inadimplente com a União. Por isso, a Fazenda não autorizou o empréstimo. O secretário estadual de Transporte, Rodrigo Vieira, disse nesta quarta que a linha 4 será inaugurada em 1º de agosto, quatro dias antes da abertura, mas não informou como os recursos chegarão aos cofres estaduais.

“Existe um pleito para uma linha de crédito para o município, um pleito para a realização das cerimônias de abertura e encerramento e um pleito para a linha 4 do metrô. Na próxima semana, haverá reunião em Brasília para avançar no que é possível fazer. O presidente Temer já disse que a colaboração da União não será apenas na palavra, mas financeira. O presidente viu os números que mostram que os Jogos do Rio custarão menos que as últimas Olimpíadas e que, aqui, os investimentos privados foram muito maiores que os públicos”, disse o presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani, também presidente do PMDB-RJ, que participou da reunião com o presidente em exercício.

Picciani é pai do ministro do Esporte, Leonardo Picciani, e do secretário municipal de Coordenação de Governo, Rafael Picciani, responsável pela execução dos principais projetos do prefeito Eduardo Paes.

Em reunião separada com representantes dos Comitês Olímpicos Internacional (COI) e Brasileiro (COB), Temer viu uma simulação do que está programado para a festa de abertura da Olimpíada. A dimensão da festa, no entanto, ainda depende do total de recursos que estarão disponíveis. É possível que algumas atrações sejam modificadas para diminuir custos. Alternativas discutidas pelas autoridades, como um possível financiamento da Caixa Econômica Federal (CEF), foram descartadas. No caso da CEF, pelo fato de o Bradesco ser o banco patrocinador oficial dos Jogos.

Em nota, a Apex respondeu que não recebeu nenhuma proposta de patrocínio para a Olimpíada até o momento. O Comitê Organizador Rio-2016 informou apenas que não faz convênios diretos com instituições públicas. O comitê não informou o valor dos recursos necessários para realizar as festas de abertura e encerramento como desenhadas originalmente. A Embratur não respondeu às perguntas da reportagem.

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