O ex-presidente da Argentina Mauricio Macri disse nesta segunda-feira, 11, que o governo de Alberto Fernández, que passou no domingo (10) o cargo ao atual presidente Javier Milei, foi o "pior da história" do país. Durante fórum promovido na capital paulista pela XP, Macri considerou que nenhum outro governo gerou tanta pobreza na Argentina. Ele também apontou avanço do narcotráfico nos quatro anos de Fernández na Casa Rosada.
Ao citar as medidas a serem tomadas por Milei nos primeiros 100 dias de governo, Macri disse que o congelamento de gastos públicos é a mais importante porque a Argentina precisa recuperar a credibilidade fiscal para voltar a atrair investimentos. "Cortar gastos na Argentina não é questão de ser ou não possível, é necessidade."
Segundo o ex-presidente argentino, o país sofre de um problema "gravíssimo" de compulsão de gastos, cujo resultado são déficits fiscais que agravam a deterioração do risco país. "Se o risco país não cair, não vamos receber investimentos. Sem investimentos, não há emprego", declarou Macri.
Após observar que a Argentina não tem divisas para pagar importações de US$ 30 bilhões, Macri descreveu Luis Caputo, o novo ministro da Economia do país, como um homem que trabalha como "quem está desarmando uma bomba". "Não existe no mundo uma bomba como esta, mas ele Milei designou uma equipe econômica que tem experiência", emendou Macri, lembrando que o atual presidente colocou no comando da política econômica nomes que estiveram em seu governo.
Na avaliação de Macri, Caputo tem entendimento das regras de mercado e sabe que a Argentina não pode se financiar sozinha. Se ele não resolver o problema das restrições cambiais, que limitam o acesso a dólares, a Argentina não voltará a atrair investimentos, comentou.