O governo lançou nesta segunda-feira, 9, a última fase do Desenrola Brasil, na qual brasileiros beneficiados poderão acessar o portal do programa para validar dados, o que significa reconhecer dívida, e manifestar se estão satisfeitos com as condições de renegociação de seus passivos.
Duas semanas atrás, no leilão do Desenrola, 654 credores ofereceram desconto médio de 83%, ou o equivalente a um abatimento de R$ 126 bilhões, na renegociação de dívidas com valor bruto de R$ 151 bilhões, excluindo da cifra dívidas que não tiveram lances.
Agora, será a vez dos brasileiros com cadastro negativo de crédito entrarem na plataforma para escolher a melhor forma de saldar seus débitos.
No total, 32 milhões de brasileiros são beneficiados, sendo 21 milhões enquadrados na faixa 1, de inadimplentes com renda de até dois salários mínimos e dívidas de até R$ 5 mil. Esse grupo conta com a garantia do Fundo de Garantia de Operações (FGO) na renegociação das dívidas.
Outros 11 milhões poderão aproveitar os descontos oferecidos pelos credores para pagar suas dívidas à vista ou por meio de um novo financiamento próprio.
O programa permite o parcelamento da dívida em até 60 meses, com parcela mínima de R$ 50. Pela plataforma, o devedor pode escolher o banco com quem quer negociar.
<b>Preocupação de Haddad com acesso ao portal das pessoas elegíveis</b>
Nesta segunda-feira, no lançamento da última fase do programa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manifestou preocupação com o acesso ao portal das pessoas elegíveis.
Para entrar na plataforma, é preciso que o beneficiado esteja cadastrado no site do governo (www.gov.br) com certificação ouro ou prata.
Aproximadamente 44% dos beneficiados ainda precisam fazer um upgrade, já que estão cadastrados com a certificação bronze, enquanto 13% não têm certificação.
<b>Esforço de credores e dos bureaus</b>
O ministro frisou que haverá um esforço dos credores e dos bureaus de crédito na comunicação com pessoas negativadas para regularização do cadastro. Haddad disse que a preocupação maior é com os 13% sem certificação, uma vez que esse público pode ser de pessoas mais vulneráveis.
"Podemos ter um fim de ano mais tranquilo para esses brasileiros, com esse passivo já resolvido", disse o ministro, ao pedir um esforço de comunicação para que todos os beneficiados pelo Desenrola estejam aptos a renegociar suas dívidas.