O economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, Antonio da Luz, disse ao <i>Broadcast Agro</i> que o governo só "bagunçou o mercado" com o leilão de compra de arroz, cujo cancelamento foi anunciado nesta terça-feira, 11.
"O governo, quando interveio no mercado, criou uma alta no preço. Quando ele disse para as pessoas que podia faltar arroz, as pessoas saíram para o supermercado para se abastecer. O preço subiu ao consumidor", disse o economista.
"E quando ele disse que vai fazer um leilão de 1 milhão de toneladas, o preço do (arroz no) Mercosul explodiu. E quando disse que não compraria do Mercosul, compraria de fora, o preço na Tailândia e no Vietnã subiu. Olha só que loucura, oferta e demanda. Só o governo não entende isso", declarou ele.
"Agora, com a saída do governo do mercado, pelo menos temporariamente, não sei se eles vão voltar ou não. Acho que não, embora eles digam que sim, eu acredito que as coisas vão voltar à normalidade. Porque o mercado está todo bagunçado. O governo só bagunçou", afirmou Antonio da Luz. Segundo ele, o leilão foi um "desrespeito" com o produtor rural do Rio Grande do Sul.
O leilão para compra de arroz foi cancelado depois de reportagem do <b>Estadão</b> levantar suspeitas sobre empresas que venceram o certame. Uma delas, por exemplo, é uma mercearia de Macapá cujo nome fantasia é "Queijo Minas".