Os Estados Unidos vetaram nesta segunda-feira uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que pediu ao governo de Donald Trump que rescindisse a decisão de declarar Jerusalém como a capital de Israel e de iniciar a mudança da embaixada americana para a cidade sagrada.
O projeto de resolução, apresentado pelo Egito e apoiado pelo restante do Conselho de Segurança, não indicou os EUA nominalmente, mas declarou que “decisões recentes” que pretendem alterar o status de Jerusalém são nulas e sem efeito. A votação marcou a primeira vez que os EUA exerceram seu poder de veto no conselho em mais de seis anos e demonstraram frustração internacional com o anúncio do governo Trump em Jerusalém.
A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, disse que o veto dos EUA deveria defender a soberania americana e seu papel no processo de paz no Oriente Médio. Ela afirmou que os EUA não ficaram envergonhados com o uso do veto e apontou para o discurso de Trump sobre Jerusalém, em que ele disse que os limites finais de Jerusalém seriam decididos nas negociações de paz. “Os EUA nunca foram mais comprometidos com a paz no Oriente Médio”, comentou Haley.
O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, viaja para o Oriente Médio nesta terça-feira, enquanto autoridades palestinas cancelaram os planos de reunião com ele.
O embaixador do Reino Unido na ONU, Matthew Rycroft, disse a jornalistas que a resolução correspondia à posição do Reino Unido sobre Jerusalém e pediu a todos as partes que retornassem aos esforços de paz. O Reino Unido votou contra os EUA no Conselho de Segurança. “Nossa visão é de que a questão de Jerusalém é uma questão de status final, que Jerusalém deve ser uma capital compartilhada entre palestinos e israelenses, e que a embaixada britânica, por enquanto, permanecerá em Tel-Aviv”, disse. A resolução vetada pelos EUA também teria pedido a todos os países que se abstenham de estabelecer missões diplomáticas em Jerusalém.
Sob o governo de Barack Obama, os EUA, em dezembro passado, se abstiveram de votar em uma resolução que criticou severamente a expansão israelense de assentamentos judeus em territórios palestinos. A atitude americana em vetar a medida abriu caminho para a primeira resolução do Conselho de Segurança em 26 anos abordando a questão da construção de assentamentos israelenses. Fonte: Dow Jones Newswires.