A organização do GP de São Paulo de Fórmula 1 projeta um novo recorde de público para o fim de semana da corrida deste ano. CEO do GP, Alan Adler espera um aumento de 10% no número de torcedores no Autódromo de Interlagos, na capital paulista, entre os dias 3 e 5 de novembro. Assim, o circuito deve receber quase 260 mil fãs de automobilismo nas arquibancadas e áreas VIPs.
Se confirmada, a cifra vai gerar um novo recorde de público para a corrida brasileira, que chega a sua 51ª edição neste ano. Até então, o maior público já recebido no autódromo havia sido registrado no GP do ano passado, quando 235.617 pessoas passaram por Interlagos nos três dias do evento. A marca de 2021, com cerca de 182 mil presentes no circuito, também chegou a ser recorde.
Para acomodar mais pessoas, a organização conta com arquibancadas móveis para complementar a estrutura fixa do autódromo paulistano. Nos últimos anos, o GP também tem apostado nas áreas VIPs, mais numerosas e mais amplas também.
A preocupação de Adler e do prefeito Ricardo Nunes está no fluxo dos fãs na entrada do autódromo, alvo de críticas na edição do ano passado. Foram comuns reclamações quanto a filas longas e demora para acessar as arquibancadas.
"Teremos bastante informação no site sobre como acessar o autódromo. Estamos melhorando bastante essa questão do acesso e dos fluxos. Vamos bloquear as ruas, dando acesso somente aos carros credenciados. Teremos bolsões de estacionamento", adiantou Adler, em entrevista coletiva nesta quarta-feira.
Uma das soluções encontradas para facilitar a entrada das pessoas foi a abertura de um novo portão no circuito. "Abrimos um portão novo para acessar o autódromo. No ano passado, realmente tivemos questões complexas em termos de fluxos. Apanhamos. O evento cresceu muito. O primeiro ano foi de pandemia, estávamos pequenos. No segundo ano, a gente muito crescimento. Neste ano pretende melhorar muito isso", reconheceu o CEO, em referência à nova gestão do GP – Adler assumiu a função em 2021.
HOMENAGENS E APOSTA NO ENTRETENIMENTO
Adler também anunciou uma série de homenagens a pilotos brasileiros. Ayrton Senna terá celebrada a marca de 30 anos de sua última vitória na F-1, obtida em 1993. Rubens Barrichello será comemorado pelas três décadas de sua estreia na categoria. Os jovens Felipe Drugovich, campeão da F-2 no ano passado, e Gabriel Bortoleto, atual campeão da F-3, também ganharão destaque ao longo do fim de semana.
Mais uma vez, uma das apostas do GP será no entretenimento para os fãs de automobilismo. No domingo, o Hino Nacional ficará a cargo da cantora Ludmilla. Antes, a banda Monobloco vai se apresentar no grid de largada. E, desde sexta-feira, os fãs vão contar com shows variados e DJs em quatro palcos espalhados pelo circuito. Como aconteceu em outros anos, a Esquadrilha da Fumaça fará apresentação no domingo.
No paddock, área compartilhada por pilotos, equipes e jornalistas, a organização promete manter o "Boteco paddock", além de anunciar um "paddock café", com diversas referências à cultura nacional, como o próprio café, frutas tropicais e água de coco. A organização prometeu ainda reforçar a parte de áudio e transmissão dos telões, considerado um dos pontos fracos das últimas edições do GP brasileiro.
Com o investimento em entretenimento, além da estrutura tradicional ligada ao automobilismo, o GP e a Prefeitura de São Paulo esperam ampliar o impacto econômico da corrida do ano passado, quando registraram movimentação de R$ 1,37 bilhão ao longo do fim de semana da etapa brasileira da F-1.
KARTÓDROMO E CONCESSÃO DE INTERLAGOS
O prefeito Ricardo Nunes reforçou que não tem interesse em privatizar ou fazer uma concessão do autódromo. Nas gestões anteriores, o tema havia sido debatido, mas o poder municipal entende ter encontrado um modelo positivo para a gestão do espaço, que tem fechado "no azul" ano após ano, unindo eventos automobilísticos e festivais de música, como The Town e Lollapalooza.
No entanto, o Kartódromo Ayrton Senna, que integra o autódromo, passará por um processo de concessão. A partir da próxima semana, a prefeitura dará início aos trâmites. O grande objetivo é melhor a infraestrutura do local para que ele seja incorporado ao calendário do Mundial de kart.
Outro tema levantado pela organização foi a preocupação ambiental, que faz parte do conceito aplicado pela Fórmula 1 ao estabelecer uma meta de zerar a emissão de carbono até 2030. Nessa edição do GP de São Paulo, a expectativa é que o evento compense mais do que emita de poluentes. No plano de valorização energética estão incluídas a criação de duas usinas de energia solar com painéis fotovoltaicos além do estabelecimento de uma central de triagem de resíduos para 2024. Todo esse processo vai gerar um investimento de R$ 1,3 milhão.
A coletiva desta quarta foi precedida de um "tour" pelo autódromo, na companhia do prefeito. E era possível notar as mudanças na paisagem no miolo do circuito, com o corte de árvores e diminuição da vegetação antes em abundância no local. A medida foi tomada para adequação do espaço para recepção dos eventos musicais. Para compensar os cortes, foram plantadas 1.203 árvores, de acordo com o prefeito.