Estadão

Greve causa cancelamento de mil voos na França e afeta tráfego aéreo da Europa

Cerca de mil voos domésticos e internacionais foram cancelados na França na sexta-feira, 16, e outros vários sofreram atrasos por causa de uma paralisação nacional de controladores de tráfego aéreo por melhores salários e questões de recrutamento. A greve de 24 horas afetou a programação de voos até o início da manhã deste sábado, 17. Caso não haja negociação, nova paralisação deve ocorrer entre 28 e 30 de setembro.

A autoridade de aviação civil francesa alertou que o tráfego doméstico seria severamente interrompido com muitos voos cancelados e outros com longas horas de atraso. Os passageiros foram aconselhados a adiar viagens. O impacto da paralisação trouxe reflexos em todo o tráfego aéreo da Europa.

A França disse que cancelou 55% dos voos de curta e média distância e 10% dos voos de longo curso. A empresa disse ainda que não poderia descartar mais atrasos e cancelamentos.

Entre as empresas com voos alterados estão a Ryanair, a Easyjet e a Volotea. A Air France também cancelou voos de curto, médio e longo percurso.

Mamadou Soure, 42, chegou na manhã de sexta-feira ao aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, em viagem vinda de Abidjan, na Costa do Marfim. "Nós deveríamos pegar um voo para Milão às 9h30, mas foi cancelado, encontramos um voo às 13h30 para Turim. Vamos ver se podemos chegar a Milão de lá", disse Soure.

Assim como em outros países da Europa, os sindicatos do setor buscam recompor a remuneração após a pandemia da covid-19 devido ao aumento da inflação.

O principal sindicato de controladores de tráfego aéreo da França, o SNCTA, afirma que a greve foi realizada para exigir salários mais altos em meio à inflação crescente e exigir mais funcionários para serem contratados nos próximos anos.

Entre o fim de junho e começo de julho, início da temporada de verão na Europa que atrai muitos viajantes, passageiros também enfrentaram transtornos em aeroportos de Paris e de Madri. Diversos voos na época foram cancelados ou sofreram muitas horas de atraso.

Enquanto na Espanha tripulantes de companhias aéreas exigiam melhores condições de trabalho, na França os bombeiros pediam que as autoridades reduzissem o número de pistas no aeroporto Charles de Gaulle por medida de prevenção. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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