Cidades

Greve dos servidores de Guarulhos chega ao 5º dia com forte adesão e pressão sobre o prefeito

A greve dos servidores municipais de Guarulhos chegou ao quinto dia nesta sexta-feira (16), com nova concentração em frente ao Paço Municipal, no Bom Clima. Mesmo sob pressão judicial e tentativas de desmobilização por parte da Prefeitura, a paralisação segue firme, com forte adesão da categoria.

A Prefeitura obteve decisão liminar que determina o funcionamento mínimo de 70% dos serviços públicos em cada unidade, sob pena de multa diária de R$ 20 mil ao Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Stap). Apesar disso, os servidores mantêm os atos diários e criticam o que consideram um reajuste insuficiente: apenas 2% nos salários, proposta enviada pelo governo Lucas e já aprovada pela Câmara Municipal.

O presidente do Stap, Pedro Zanotti Filho, reafirma a disposição de manter a luta:

“O prefeito tenta desmobilizar de todas as formas a greve, agora com outra ação na Justiça, outra liminar. Mas nós não vamos desmobilizar. Seguiremos na rua, mobilizados, contra esse reajuste injusto de 2% e pela valorização real dos servidores.”

Nesta quinta-feira (15), quarto dia da paralisação, mais de dois mil trabalhadores se reuniram na Praça Getúlio Vargas, no Centro, em um dos atos mais expressivos desde o início da greve. Cartazes com críticas ao prefeito Lucas Sanches e pedidos por reajuste digno marcaram a manifestação.

O prefeito, que se pronunciou nas redes sociais pedindo compreensão dos servidores, não conseguiu reverter o desgaste. A repercussão negativa de sua fala e a continuidade dos protestos aumentaram a pressão sobre a gestão. Nos bastidores, fontes ouvidas pelo GWeb indicam que o governo teria dado sinais de que pode rever a proposta.

Segundo apuração da reportagem, há uma movimentação interna na Prefeitura para apresentar uma nova oferta até esta sexta-feira ou na audiência de conciliação marcada pelo Tribunal de Justiça para a próxima segunda-feira (19). A proposta em estudo incluiria 1% adicional de reajuste imediato, totalizando 3%, com outros 2% sendo aplicados até o final do ano — o que aproximaria o índice final dos 5,47% da inflação acumulada nos últimos 12 meses, segundo o IPCA.

Até o momento, porém, nada foi formalizado, e a greve continua por tempo indeterminado. A categoria mantém o calendário de mobilizações e aguarda uma proposta oficial que contemple as reivindicações por reajuste e valorização do funcionalismo.