Estadão

Greve geral dos sindicatos contra Milei paralisa vida cotidiana na Argentina

Os maiores sindicatos da Argentina lançaram um de seus mais ferozes desafios ao governo libertário do presidente Javier Milei, organizando uma greve geral em massa nesta quinta-feira, 9. O protesto levou ao cancelamento de centenas de voos e paralisou as principais linhas de ônibus, trens e metrô, deixando as avenidas e ruas completamente vazias.

O maior sindicato da Argentina, conhecido por sua sigla CGT, disse que estava realizando a greve juntamente com outros sindicatos "em defesa da democracia, dos direitos trabalhistas e de um salário digno". Os sindicatos lideraram a resistência às políticas de Milei nas ruas e nos tribunais nos últimos meses, apoiados pelos partidos peronistas de esquerda.

A greve de 24 horas contra as medidas de austeridade e desregulamentação controversas de Milei ameaça paralisar completamente a nação de 46 milhões de habitantes, considerando que bancos, empresas e agências estatais também fecharam em protesto. Os coletores de lixo abandonaram o trabalho, assim como os profissionais de saúde, exceto os que trabalhavam em salas de emergência.

O protesto marca a segunda greve sindical nacional desde que Milei chegou ao poder em dezembro, cortando gastos, demitindo funcionários do governo e congelando todos os projetos de obras públicas em uma tentativa de resgatar a Argentina de sua pior crise financeira em duas décadas. Ele também desvalorizou a moeda local, estabilizando o peso, mas também fazendo com que a inflação subisse para aproximadamente 300%, a mais alta do mundo.

A escalada ocorre uma semana depois que Milei obteve sua primeira vitória legislativa, fazendo com que o projeto de lei no centro de sua reforma econômica fosse aprovado na câmara baixa do Congresso, depois de ter sido forçado a retirar uma versão mais abrangente no início deste ano. O projeto de reforma do Estado e os pacotes de impostos propostos estão agora sendo debatidos no Senado, dominado pela oposição.

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