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Grãos: Ucrânia prepara primeiro carregamento para exportação desde invasão russa

A Ucrânia está se preparando para enviar seus primeiros carregamentos de grãos ao exterior por navio desde o início da invasão da Rússia, depois de um acordo para aliviar uma iminente crise alimentar global.

Os carregamentos, que autoridades ucranianas disseram que sairão nos próximos dias, serão o primeiro teste, depois de um acordo fechado na semana passada. Ficou acertado que a Ucrânia, um dos maiores exportadores de grãos do mundo, terá permissão para enviar cerca de 20 milhões toneladas presas no país desde o início da invasão.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, supervisionou nesta sexta-feira o que ele disse ser o primeiro carregamento de um navio com grãos em um porto controlado pela Ucrânia, desde o início da guerra em fevereiro. "Estamos prontos para exportar grãos ucranianos", disse Zelenski, em um comunicado publicado online, após sua visita ao Porto de Chornomorsk, no Mar Negro. "Estamos aguardando os sinais de nossos parceiros sobre o início do transporte. É importante para nós continuar garantindo a segurança alimentar global."

Os primeiros navios a partir seriam aqueles carregados antes do início da guerra, mas que estão atracados quando a marinha russa bloqueou os portos da Ucrânia, disse Zelenski. Se for bem-sucedido, o acordo trará uma receita crítica para a Ucrânia, à medida que sua economia fraqueja sob o peso da invasão. Além do grão armazenado, os estoques devem receber mais cerca de 65 milhões de toneladas da safra deste verão. Com isso, a capacidade de armazenamento fica cada vez mais apertada.

O tratado levanta ainda a perspectiva de que uma crescente crise alimentar global, que já contribuiu para protestos no mundo, possa começar a diminuir. Antes da guerra, Rússia e Ucrânia representavam quase um terço de todas as exportações globais de trigo. A Ucrânia também é considerada uma grande responsável pela produção mundial de milho e cevada.

Além de Zelenski, estiveram no porto de Chornomorsk, supervisionando o primeiro embarque, embaixadores dos EUA, Reino Unido, França e Alemanha, e representantes da ONU. Zelenski procurou tranquilizar os parceiros da Ucrânia sobre a segurança de futuros carregamentos, apesar das as águas ao redor ainda cheias de minas colocadas pelas forças russas.

O acordo fará com que os navios sejam inspecionados por uma equipe conjunta de autoridades turcas, russas e ucranianas, em Istambul. O contrato tem duração de 120 dias e pode ser renovado. Apesar do acordo, analistas não esperam uma queda repentina nos preços dos alimentos.

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