Estadão

Grupo Alimentação tem deflação em julho e ajuda desaceleração do IGP-10, afirma FGV

O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) teve uma variação positiva de 0,45% em julho, quase a metade do que havia registrado no mês anterior, quando subiu 0,83%. De acordo com o economista do Instituto de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), André Braz, a maioria dos índices que compõem o IGP-10 desaceleraram de junho para julho, apesar dos efeitos sazonais e da desvalorização mais acentuada do real em relação ao dólar.

"No âmbito do produtor, a queda nos preços dos alimentos in natura contribuiu para essa desaceleração. No IPC, índice que mede a variação do custo de vida, esse efeito também foi registrado, resultando em deflação no grupo alimentação. Finalmente, no INCC, tanto materiais quanto mão de obra apresentaram menor aumento em julho", destacou Braz.

O grupo Alimentação foi o único em queda dentro do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) em julho, cedendo 0,12%, depois de ter subido 0,92% em junho. Já o conjunto de preços de Transportes perdeu um pouco da força este mês, registrando alta de 0,28%, contra 0,37% em junho. O índice, porém, pegou impacto de apenas dois dias dos aumentos da gasolina e do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), realizados pela Petrobras em 9 de julho.

Ainda no IPC, Vestuário passou de queda de 0,2% em junho para alta de 0,18% em julho, enquanto a Habitação subiu 0,14% em julho, contra 0,52% no mês anterior.

<b>IPA</b>

Dentro do Índice de Preços do Produtor Amplo (IPA), que desacelerou de 0,88% para 0,49% entre junho e julho, o comportamento dos Bens Finais – que cederam de uma alta de 1,09% para 0,07% na mesma comparação -, também foi influenciado principalmente pelo subgrupo de alimentos in natura, que viu a taxa variar de alta de 3,30% para queda de 3,99%.

No grupo de Bens Intermediários, ainda no IPA, a taxa variou de 0,77% em junho para 0,44% em julho, impulsionado pelo recuo nos preços do subgrupo de materiais e componentes para a manufatura, que passou de 1,30% para 0,42%.

Já a taxa do grupo Matérias-Primas Brutas passou de 0,80% em junho para 0,96% em julho, com destaque para as altas do café em grão (1,24% para 9,42%), laranja (-6,17% para 4,66%) e cacau (-14,61% para 14,28%). No sentido contrário, os movimentos mais relevantes foram da soja em grão (4,81% para 1,96%), arroz em casca (7,50% para -1,17%) e minério de ferro (0,05% para -0,60%), informou a FGV.

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