Em nota enviada neste domingo, o grupo J&F, que controla o frigorífico JBS, afirmou que não pode fornecer detalhes dos novos anexos da delação entregues por seus executivos à Procuradoria-Geral da República (PGR). Na nota, a holding limitou-se a dizer que os colaboradores apresentaram, dentro dos prazos legais, os anexos e que continuam à disposição da Justiça.
“Os colaboradores apresentaram, dentro dos prazos legais estabelecidos, as informações e documentos que complementam os esclarecimentos prestados previamente à Procuradoria-Geral da República e continuam à disposição para cooperar com a Justiça. Não é possível fornecer detalhes porque esses dados estão sob sigilo”, diz a nota enviada pela assessoria de imprensa do grupo.
De acordo com a Globonews, o empresário Joesley Batista informou à PGR, em um dos novos anexos entregues aos investigadores, um episódio de “pressão política” para que o BNDES desse aval para o financiamento de uma fábrica de celulose da Eldorado, no Estado do Mato Grosso do Sul.
Segundo a emissora, o empresário relatou que pediu apoio ao senador José Serra (PSDB-SP) e aos ex-ministros da Fazenda Antonio Palocci e Guido Mantega. Por ter obtido o financiamento, Joesley teria dado em torno de 4% de propina do contrato para Mantega e 1% para Vaccari, segundo a emissora. Dirigentes de fundos de pensão também teriam sido beneficiados.
Defesas
Por meio de sua assessoria de imprensa, Serra negou a acusação. “Essa história jamais ocorreu. Até porque não faria o menor sentido o candidato de oposição tentar influenciar uma decisão de governo”, disse o senador. A assessoria de Mantega, por sua vez, informou que não teve acesso ao anexo de Joesley e que só vai se pronunciar após conhecer o inteiro teor das acusações. Até a publicação deste texto, as defesas de Vaccari e Palocci não haviam respondido à reportagem.
Negociações
No último sábado (2), a holding J&F, da família Batista, anunciou que concluiu as negociações para a venda da Eldorado Celulose e Papel com a Paper Excellence, da família Widjaja, que também é dona Asia Pulp and Paper (APP). O valor total da transação é de R$ 15 bilhões. A aquisição marca a entrada dos empresários asiáticos no Brasil, que também são donos da gigante de papel e celulose Asia Pulp & Paper (APP). (Equipe AE)