Economia

Grupo PSA aposta em SUV para crescer no País

O grupo PSA Peugeot Citroën iniciou na terça-feira, 17, na fábrica de Porto Real (RJ), a produção do utilitário-esportivo Peugeot 2008. A filial brasileira é a terceira da marca a produzir o modelo global, também feito na França e na China. A empresa investiu R$ 400 milhões no projeto, que tem como principal desafio ajudar a marca a se recuperar no mercado brasileiro.

No ano passado, as vendas da Peugeot no País caíram 29,5% em relação a 2013, para 40.530 unidades. No primeiro bimestre deste ano, o tombo é ainda maior, de 44% no comparativo com igual intervalo de 2014, com 4.808 unidades vendidas.

O 2008 pertence a um segmento que tem crescido no Brasil e, em razão do seu sucesso, tem atraído projetos. A Fiat/Chrysler iniciou no mês passado a produção do Renegade, da marca Jeep, em Goiana (PE). Neste mês, a Honda colocou em linha em Sumaré (SP) o HR-V.

Em 2016 será a vez da Mercedes-Benz produzir em Iracemápolis (SP) o GLA e da Land Rover produzir o Discovery Sport em Itatiaia (RJ). Também tem a chegada de importados, como o JAC T6.

No ano passado, o segmento de SUVs, como são conhecidos os utilitários-esportivos, cresceu 4%, para 298,3 mil unidades, num mercado total que caiu 7%. No primeiro bimestre deste ano, entretanto, as vendas apresentam queda de 25% em relação ao mesmo período de 2014, para 36,5 mil unidades, enquanto o mercado total teve queda de 23%, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

O Peugeot 2008 começará a ser vendido em maio a preços entre R$ 65 mil e R$ 85 mil. Nessa faixa, vai disputar mercado diretamente com modelos como Ford EcoSport, Renault Duster, HR-V e Renegade.

“O início da produção do 2008 na fábrica de Porto Real vem reforçar ainda mais nosso compromisso com o Brasil”, afirma o presidente mundial da PSA, Carlos Tavares.

Reposicionamento

O diretor de relações externas da Peugeot, Marcos Brier, explica que, a partir do ano passado, a marca adotou nova estratégia no País e abandonou o mercado de carros compactos, com preços abaixo de R$ 40 mil. Com isso, perdeu volume de vendas, daí a queda significativa nos resultados da empresa.

“Reposicionamos a marca e passamos a oferecer apenas veículos mais equipados, com mais tecnologia e preços a partir de R$ 40 mil”, afirma Brier. “Nosso foco não é volume”.

A fábrica de Porto Real, que também produz os modelos da coligada Citroën, opera em dois turnos de trabalho.

No ano passado, para adequar sua produção às demandas interna e externa, a marca francesa encerrou o terceiro turno de trabalho, colocou 650 trabalhadores em lay-off e depois todos eles deixaram a fábrica num programa de demissões voluntárias. A fábrica emprega hoje cerca de 3 mil pessoas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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