Os atos terroristas em Bruxelas, que mataram 32 pessoas em 22 de março, ocorreram depois de uma jogada de última hora dos extremistas, após a prisão de Salah Abdeslam quatro dias antes ter persuadido o grupo a abandonar seus planos de um novo ataque na França, disseram autoridades belgas neste domingo.
As autoridades relataram a descoberta de preparações para o ataque e citaram erros rudimentares dos terroristas.
Em um caso, dois funcionários com conhecimento das investigações disseram que Khalid el-Bakraoui, o homem-bomba que matou 16 pessoas na estação de metrô Maelbeek, percorreu várias estações na direção errada, teve de mudar de plataforma e depois voltou para Maelbeek, onde ele detonou seu dispositivo.
Esse erro custou caro aos extremistas, disse um dos funcionários. Bakraoui foi gravado na câmera da estação de metrô Petillon, onde ele cruzou plataformas e falou rapidamente com um homem que a polícia estava procurando desde então.
No sábado, os procuradores federais disseram ter identificado que o homem como Osama K, um suspeito nascido na Suécia que havia lutado na Síria. Eles acusaram o homem, que, segundo um funcionário dos EUA, é Osama Krayem, por assassinatos terroristas, argumentando que ele era o segundo responsável pelo ataque na estação Maelbeek.
“Eles não foram bem planejados”, disse o funcionário belga a respeito dos ataques.
As acusações contra Krayem representam uma parte dos resultados das investigações do ataque de Bruxelas que veio à tona ao longo deste fim de semana e incluiu a prisão e a acusação de vários suspeitos, bem como o anúncio de promotores federais da Bélgica de que Mohamed Abrini confessou ter participado do ataque ao aeroporto de Bruxelas.
Os promotores disseram que Abrini, um belga de 31 anos, confessou, depois de ter sido confrontado com provas recolhidas pelos investigadores. Autoridades procuravam Abrini há meses.
Abrini foi acusado no sábado de ser um membro principal de um grupo terrorista e de cometer assassinatos terroristas durante os ataques de Paris. Na manhã de domingo, as autoridades informaram que agora ele enfrenta acusações semelhantes nos ataques de Bruxelas.
Ainda neste domingo, os procuradores federais afirmaram que possuem “numerosos elementos” indicando que a rede terrorista havia inicialmente previsto um novo ataque à França, como continuação dos eventos de novembro.
Mas, “surpreso com a velocidade do progresso das investigações, o grupo terrorista tomou rapidamente a decisão de atacar em Bruxelas”, disseram os promotores federais, em um comunicado.
Evidências obtidas pela política belga mostram que a rede terrorista estava preparando um ataque muito parecido com o de novembro em Paris.