O guarulhense Alex Sakaue, 30 anos, que vive no Japão há 21 anos, conta ao HOJE como têm sido esses dias após o terremoto e o tsunami que arrasaram o país na última sexta-feira. Ele é irmão do diretor da Associação Comercial e Empresarial (ACE), Luciano Sakaue. Dono de um restaurante em Mitsukaido, na província de Ibaraki, ele ainda está conseguindo trabalhar, apesar dos iminentes cortes de energia ede água. "Estamos dando assistência aos brasileiros que não podem cozinhar em casa".
HOJE – A sua cidade foi afetada pelo terremoto ou pelo tsunami?
Tivemos um abalo de 9.0 graus, mas nessa área não corremos o risco de tsunami.
Quando começaram a sentir os tremores?
No momento dos tremores, estava trabalhando no meu restaurante. Senti um enorme tremor, tudo começou a cair, gritei para os funcionários desligarem o gás. Como a construção é nova, sabia que não iria cair, então aproveitei para segurar o máximo de coisas que consegui. Por conta disso não tive tanto prejuízo quanto deveria.
Vocês estão em segurança?
Onde estamos não corremos o risco de sofrer com novos tsunamis.
Há quanto tempo vivem aí? Qual é sua profissão?
Moro no Japão desde os meus nove anos. Atualmente estou com 30 anos, sou comerciante, tenho um restaurante e escola brasileira, o "Grupo Opção".
Estão em condições de trabalhar?
Por enquanto estamos funcionando normalmente, até para poder dar assistência aos brasileiros que não podem cozinhar em casa. Mas estamos em alerta de corte de energia e água. Se realmente isso acontecer, vamos ser obrigados a fechar.
Qual é a orientação das autoridades à população?
As autoridades dizem para sempre ficarmos atentos a qualquer alerta, para economizarmos o máximo possível de água e luz. Falaram também para estocarmos água potável, mantimentos não perecíveies, em uma quantidade suficiente para no mínimo uma semana.
Essa é a primeira vez que assistem a terremoto no Japão?
Não, já presenciei muitos, mas como este foi o primeiro. E espero ser o último.
Qual é o clima neste momento?
O clima é de muita apreensão, todos em busca de uma garrafa de água potável para comprar. Nos mercados, a maioria das prateleiras estão vazias. Todos os dias existem filas nas portas dos mercados em busca de conseguir comprar os últimos pacotes de pão e leite. Nos postos já não se encontra gasolina, muitos já estão fechados.
Pretendem continuar vivendo no Japão? Por que?
Por enquanto sim, temos que ver como vai ser de agora em diante, já temos uma vida feita aqui