Saúde

Guarulhense demora um ano e meio para fazer exame ginecológico em UBS

Algumas pessoas entrevistadas pelo Guarulhos Hoje disseram que chegaram a esperar praticamente um ano e meio para realizar exames

"Para fazer um exame transvaginal demorou um ano e meio", conta a dona de casa Maria da Neves, 55 anos, que frequenta a UBS (Unidade Básica de Saúde) no bairro Inocoop para exames de rotina. Esse longo período de espera é um dos problemas enfrentados pela população na utilização dos serviços de saúde pública. Além da demora no agendamento de exames, falta de profissionais e de informação sobre funcionamento do serviço prejudicam os cidadãos.

Outras mulheres que utilizam o posto de saúde no Inocoop contam que sofrem com a demora para realizar um exame. "A gente vem para uma consulta, pede um encaminhamento para o clínico geral e fica no aguardo mais de meses para fazer o exame", explica Lucia Ramos Vieira, 58, dona de casa. "Tem dias que não tem clínico geral. O paciente vem e não tem médico para nos examinar".

Nilza Martins Silva, 59, opina que deveria ter uma atitude para melhorar as condições da qualidade de saúde na cidade. "Para funcionar, precisava de um "empurrão" para ver se consegue melhorar a situação", discute ela.

A demora no atendimento não é o único problema enumerado pela população. Quando a reportagem do Guarulhos Hoje visitou a UBS do Jardim Presidente Dutra ontem, pacientes apontaram problemas na infraestrutura disponível. Há também queixas em relação à falta de organização.

"O processo é muito manual ainda. Existe muito trabalho para agendar um exame, fazer uma consulta ou até retirar remédios no posto", relata Eloísa de Almeida Andrade, 31, estudante de pedagogia. Ela conta que há vezes em que não encontra todos os remédios que precisa no posto de saúde.

Cristina dos Santos, 19, desempregada, que precisa fazer uma cirurgia no nariz, diz que enfrenta muita dificuldade. "É um sacrifício enorme, demora meses para fazer um exame simples", conta ela, que espera mais de quarenta minutos na fila só para realizar uma consulta com o clínico.

Quem também alega sofrer bastante com os serviços da saúde pública é o vigia Alexandre João da Silva, 29, que precisava internar seu filho de cinco meses em um hospital público, mas não conseguiu vagas. Ele conta que a criança sofre de bronquiolite e, três meses atrás, precisava interná-lo na UTI para receber oxigênio. Como não conseguiu em nenhum lugar, decidiu colocar em um hospital particular. "Olha, foi difícil. Não poderia deixar meu filho naquela situação", diz.

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