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Guarulhense que já brilhou nas Olimpíadas sai em defesa do esporte

Wilson David dos Santos lembra com saudades de sua brilhante carreira como atleta olímpico, que representou o nome de Guarulhos em importantes competições internacionais, chegando às Olimpíadas de 1984, em Los Angeles. Hoje, aos 55 anos, luta para resgatar os tempos áureos do esporte amador guarulhense, a partir de uma postura crítica em relação a atual administração da cidade. 
 
Começou sua carreira de atleta olímpico com 17 anos, foi oito vezes campeão brasileiro universitário, campeão paulista juvenil e participou de cinco sul-amercicanos. Estas foram algumas das conquista do ex-atleta olímpico, especialistas em corridas de 400 e 800 metros rasos, além de revezamentos 4 x 100 e 4 x 400. Formado na escolinha de esportes do estádio da Ponte Grande, Wilson David dos Santos foi o primeiro atleta olímpico de Guarulhos.
 
David sempre foi ligado aos esportes. “Comecei graças ao incentivo de muitas pessoas, como o meu pai José David dos Santos Sobrinho, que foi atleta dos jogos pan-americanos de 1963, campeão brasileiro e recordista”, diz.  “Foi uma pessoa que serviu de espelho pra mim e me motivou”, completa..
 
O atleta lembra também da influência que recebeu de Marli dos Santos, dona da terceira melhor marca brasileira no lançamento de dardo, que competia por Guarulhos na década de 70.
 
Mais incentivos aos esportes
 
David é um defensor da regulamentação da lei de incentivos fiscais voltados ao esporte. “Esta lei foi aprovada há três anos e até o momento não foi regulamentada”, explica. Para entrar em vigor em 2015, ela precisa ser regulamentada até dezembro. “Se isso não ocorrer, Guarulhos continuará sem incentivos fiscais para beneficiar o esporte no ano que vem”, lamenta. 
 
O esportista vai além. “Já faz alguns anos que eu procuro na cidade um fórum de debate sobre políticas públicas no esporte. Isso poderia partir da Secretaria de Esportes, de algum vereador ou empresa privada. Não importa de onde, mas é necessário para debater o assunto”, enfatiza. 
 
Carreira teve início com o fim do cigarro
 
Em 1976, David recebeu o convite de um professor para começar a competir oficialmente. Treinou cerca de três meses e participou de um campeonato chamado de “Qualquer Classe”. Com resultado positivo, foi intimado por seu treinador Marcos Magnoni.
 
“Ele disse que se eu parasse de fumar e encarasse os treinos, em 30 dias poderia competir em nome da cidade. Naquele mesmo dia eu atravessei uma ponte que ligava a Ponte grande a Penha e joguei o maço de cigarro. A partir daquele momento nunca mais fumei e comecei a treinar”, lembra-se.
 
Os dois primeiros títulos não tardaram. Dois meses depois, foi campeão paulista juvenil nos 800 e 400 metros, já representando Guarulhos. Após dois anos de treinamentos, ele se consagrou vice campeão brasileiro adulto, considerado o atleta mais jovem a integrar uma seleção adulta, com apenas 18 anos. “Fui como um mascote da competição”.
 
Em seu currículo, David coleciona cinco campeonatos Sul Americanos. Ele se orgulha por ter integrado equipes em que despontaram nomes de expressão do atletismo brasileiro, como Marli dos Santos e João Carlos de Oliveira, o João do Pulo.
 
Atualmente, David é professor municipal e atua no Bosque 
 
Wilson David foi aluno de Educação Física das Faculdades Integradas de Guarulhos e Uni Santana, onde se tornou também campeão paulista, brasileiro e sul americano universitário, além de ser da Federação Paulista de Atletismos e Confederação Brasileira de Atletismo. Como campeão brasileiro universitário ele atingiu a marca de oito títulos.
 
Atualmente, David pratica caminhada, corrida e natação. Devido a um acidente ocorrido há cerca de um ano e meio, fez uma cirurgia no ombro que o impossibilita de participar de competições.  Durante seis anos foi técnico da FUPE (Federação Universitária Paulista de Esportes), além de professor universitário.
 
Hoje, atua como professor da rede municipal, credenciado pelo Conselho Regional de Educação Física (Cref). Trabalha no Bosque Maia, onde é responsável pelas academias populares do parque. “Tenho um papel crítico hoje no que se refere à recuperação de espaço no esporte que nós perdemos”, lamenta.
 

 

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