Muita gente pode dizer que não é hora de festa. Que não se pode pensar em gastar dinheiro público com isso. Eu concordo. Mas Guarulhos perdeu, neste dia 2 de março de 2016, uma grande oportunidade de prestar uma grande homenagem aos Mamonas Assassinas. Gostem ou não do que os meninos do Cecap cantavam, tenho a impressão que o grupo, que surgiu como uma brincadeira “séria” de jovens à frente de seu tempo, foi – e ainda é – uma das maiores expressões artísticas que essa cidade já teve.
Não porque morreram no auge do sucesso. Mas porque viveram com intensidade o tempo que a fama lhes permitiu. Sinceramente eu esperava que Guarulhos brindasse essa data com um grande show, com artistas de renome aqui, em pleno Cecap, talvez, em uma praça a céu aberto, cantando seus sucessos. Não precisava dinheiro público. Necessitava apenas de vontade política. Ah, mas e a crise? Havia sim a obrigação de se superar a crise e buscar formas inteligentes de se promover um grande tributo a quem nunca teve vergonha de dizer que era Guarulhos.
Lamento que Guarulhos, uma cidade que não tem orgulho dela mesma e de seu povo, siga sua sina de viver coisas ruins. O abandono do município pelo poder público se revela quando se perdem oportunidades. Quando não se percebe que homenagens concretas a quem teve o prazer de ser daqui seria uma obrigação de quem ficou. Mas nada – ou muito pouco. Apenas atitudes e ações dispersas, promovidas por alguns grupos de boa vontade. Tudo que for feito é válido. Mas eles mereciam muito mais.
Faltou sensibilidade. Faltou respeito. Faltou memória.
Sobrou um lugar vazio.
Pelo menos, fora de Guarulhos, em todas as grandes emissoras de TV, os Mamonas estão sendo lembrados e reverenciados. E sempre citados como os “meninos de Guarulhos”.
Quem sabe daqui 10 anos…