Cidades

Guarulhos fica com 100 das 930 vagas de Medicina em SP

Os novos cursos de medicina criados dentro da estratégia do Programa Mais Médicos vão ofertar 930 vagas de graduação em 13 cidades de São Paulo, incluindo as 100 vagas em Guarulhos, que ficarão por conta da Universidade Nove de Julho, a Uninove. 
Em todo o país serão 2.290 vagas de graduação em 36 municípios.  As localidades contempladas não têm faculdade na área e não são capitais de estado, o que contribui para a interiorização do ensino médico. Os ministros da Saúde, Arthur Chioro, e da Educação, Renato Janine Ribeiro, anunciaram nesta sexta-feira (10/7) a escolha das instituições de ensino superior (IES) particulares que devem implantar o curso até 2016.
 
O GuarulhosWeb tentou falar com a Uninove nesta sexta-feira, mas a pessoal responsável pela implantação do curso em Guarulhos não estaria atendendo. A instituição participou da disputa, a partir de uma unidade de EAD (Ensino a Distância), instalada na avenida Timóteo Penteado. As negociações para sua habilitação passaram por incluir um hospital-escola, que seria o Stella Maris, ligado à igreja católica e que enfrenta grave situação financeira. 
 
Em Guarulhos, a UNG (Universidade Guarulhos) havia manifestado interesse e seria, em tese, a mais qualificada para receber o curso, um sonho dos antigos administradores e donos, conforme se manifestava o professor Antonio Veronezi, chanceler da instituição. Em dezembro do ano passado, porém, a UNG foi vendida para o grupo SER Educacional, sediado em Pernambuco, o que pode ter mudado o foco da universidade em relação à Medicina. 
 
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, enfatizou a relevância desta parte do Programa Mais Médicos para as perspectivas de médio e longo prazo. “Nós vivemos, na área da Medicina, da abertura de novos cursos de graduação, uma transformação extremamente importante”, declarou. “Hoje nós vivemos um marco: o Mais Médicos não é apenas uma política de provimento e garantia na Atenção Básica. É uma medida estruturante da formação médica no Brasil”, completou.
 
A medida faz parte da ampla estratégia de reestruturação do atendimento médico no país, que abrange ações na área de provimento de profissionais, formação médica e infraestrutura. As instituições de ensino superior (IES) particulares responsáveis já foram escolhidas, e devem implantar os cursos em até 18 meses sob o monitoramento do Ministério da Educação.
 
A definição ocorreu em três etapas. Primeiro, em fase eliminatória, foram selecionadas os estabelecimentos que atendiam aos pré-requisitos relativos à saúde financeira da instituição, do plano de negócios, e da capacidade econômico-financeira para ofertar curso de medicina. Neste momento, que utilizou metodologia criada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), 115 instituições foram habilitadas, entre 216 inscritas. Em seguida, foi analisada a experiência por meio dos seguintes critérios: indicadores de qualidade das IES vinculadas e dos cursos da área de saúde, oferta de curso de Medicina, existência residência médica e pós-graduação stricto sensu e processos de supervisão. Após esta avaliação, 64 propostas foram classificadas.
 
A fase final, de análise e classificação das propostas, identificou os melhores projetos. A avaliação foi realizada por especialistas, médicos professores de Medicina de universidades federais, integrantes da Comissão de Acompanhamento e Monitoramento de Escolas Médicas. Foram considerados o projeto pedagógico, o plano de infraestrutura da instituição, de contrapartida à estrutura de serviços, ações e programas de saúde do município, plano de implantação de residência médica e o de oferta de bolsas para alunos.
 
A seleção das 39 cidades que receberão os cursos ocorreu em 2014 e obedeceu a regras que garantem a expansão do ensino médico para regiões prioritárias. As cidades selecionadas têm 70 mil habitantes ou mais e estão localizadas em 11 estados de quatro regiões, no interior e regiões metropolitanas, sendo que nenhuma é capital. Na escolha, o Ministério da Educação levou em conta a necessidade social do curso, a estrutura da rede de saúde para realização das atividades práticas e a capacidade para abertura de programa de residência médica.
 
Três municípios (170 vagas) não tiveram propostas selecionadas, e serão incluídos no edital seguinte, já em curso. O resultado da seleção de instituições é preliminar, sendo que a decisão final será divulgada no final de agosto, após a fase de recursos, que podem ser apresentados entre 13 e 22 de julho.
 

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