Faz parte do projeto Mulheres Guarulhenses Construindo o Futuro, da Secretaria do Trabalho. Parceria com a Escola Delta – Cursos Profissionalizantes, essa é a segunda turma formada neste curso, sendo que a anterior, de 2011, era composta por 28 mulheres.
Esse tipo de escolha é cada vez mais frequente entre o público feminino, que busca conquistar uma vaga no mercado de trabalho, disputando mercado em áreas antes direcionadas exclusivamente aos homens.
Valéria Rodrigues da Costa, de 37 anos, tinha por intermédio do seu pai contato com o setor metalúrgico. Depois de ter sido dispensada do banco onde trabalhou no setor administrativo por cinco anos, resolveu mudar seu enfoque. Inscreveu-se em um curso de soldador e entrou na disputa por uma vaga no mercado até então dominado pelo sexo masculino.
Ao ingressar no curso em outubro deste ano, Valéria não se viu sozinha na escolha. Além dela, a turma de soldadoras conta com outras mulheres que passam por situação semelhante. "Não fiquei com receio de trabalhar nessa área. Já tinha uma noção básica porque via o meu pai exercendo essa função, e estou me empenhando para conquistar o meu espaço", salientou.
Entre as colegas de Valéria, está Grasiele Cristina Rocha de Paula, 27 anos. A ex-manicure contou que sentia interesse em dominar serviços mais pesados, que não costumam chamar a atenção das mulheres. Por curiosidade, ela começou a procurar um curso de soldagem e confessa que o contato com uma atividade tão adversa àquela que estava acostumada, lhe causou um certo impacto. "A gente estranha um pouco no início, mas as colegas me deram muito apoio", ressaltou.
De acordo com ela, o trabalho com a solda é um serviço pesado, mas que exige perfeição e limpeza. "Em geral, a mulher é mais caprichosa que o homem, por isso faz bem o serviço", esclareceu.
Expectativa
Enquanto Valéria e Grasiele se destacam nas aulas práticas do curso, na sala de aula um grupo de mulheres assiste com atenção aos ensinamentos do professor e fica na expectativa de vestir o macacão e lidar com os equipamentos de soldagem. Entre as alunas da segunda turma do curso, Ana Paula de Jesus Cardoso, de 40 anos, se mostra empolgada com a possibilidade de conseguir um emprego. "A solda é uma arte. Estou fazendo esse curso para me qualificar, pretendo ser uma soldadora profissional", contou.
O curso de Processos de Soldagem (eletrodo revestido, TIG e MIG/MAG) da Escola Delta tem duração de 200 horas, dividido em 50 horas para aulas teóricas e mais 150 horas para as aulas práticas.
Para participar é preciso ter mais de 16 anos e ter o Ensino Fundamental completo. Além dos ensinamentos sobre solda, são realizadas disciplinas de Desenho Mecânico, Tecnologia de Soldagem e Instrumentação Mecânica. A escola também oferece lanche, vale-transporte e material didático.
De acordo com o diretor da Delta, Hélio Duarte Bezerra, a oferta de emprego nesta área para as mulheres tem aumentado muito nos últimos três anos. "Elas estão vencendo barreiras. O mercado realmente está bom para elas", comentou.
