A cidade de Guarulhos passa a contar a partir desta quarta-feira (10) com mais um equipamento de assistência social para a população: a Residência Transitória para Migrantes e Refugiados. Trata-se de um serviço de acolhimento que oferece apoio e moradia para migrantes estrangeiros em situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social com capacidade para receber 27 usuários em quartos separados para pessoas do sexo masculino, feminino e um específico para mães com crianças.
O prefeito Guti participou da entrega e lembrou que esse equipamento é mais do que um acolhimento, é uma ação humanitária. “Com o agravamento da crise no Afeganistão, desde agosto de 2021, o número de pessoas buscando refúgio no Brasil tem crescido muito e aqui em Guarulhos não é diferente, já que nós temos o aeroporto. Esse serviço de acolhimento já acontecia, mas agora ganha reforço com um local exclusivo para esse público com uma equipe preparada para atendê-los da melhor forma. São pessoas de diversas partes do mundo, com idiomas diferentes do nosso, então é necessária uma atenção especial”, afirmou.
O atendimento no local é 24 horas e os encaminhamentos são realizados pelo Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante, instalado no Aeroporto de Guarulhos, desde que o migrante seja estrangeiro com solicitação de refúgio ou visto humanitário. Apenas no 1º semestre de 2022 o posto atendeu 548 migrantes e, deles, 195 eram afegãos.
A gerência do local é de responsabilidade da Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social em parceria com a Cáritas Diocesana de Guarulhos e com o apoio do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). “Desde 2017 nós estamos trabalhando com a Prefeitura de Guarulhos, seja apoiando diretamente e construindo fluxos com o posto avançado ou trabalhando com as secretarias para ampliar as redes de apoio aos refugiados que se estabelecem na cidade”, explicou Silvia Sander, representante da Acnur e que também esteve presente no ato de inauguração do espaço.
Uma vida melhor
Sayed Zarif Hashimi, um afegão de 41 anos que veio do Paquistão para o Brasil com sua mulher e três filhos em junho deste ano, agora inicia uma nova vida no país, mais especificamente em Guarulhos, trabalhando como educador social na Cáritas. “Estamos muito felizes no Brasil. Tenho um trabalho, meus filhos estão na escola e minha esposa faz cursos de português”, disse.
Ele e sua família receberam o visto humanitário e estão agora reconstruindo sua vida em um país que, segundo suas palavras, tem um povo gentil e amigável.