Guarulhos registrou nos primeiros 25 dias do ano dois casos de leptospirose. Segundo levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Saúde, do total de 18 notificações da possível contaminação da doença, três foram descartados e 13 aguardam resultados laboratoriais. O número, até o momento, é bem inferior ao registrado em janeiro do ano passado – 19 casos -, porém não menos preocupante.
A leptospirose é causada por uma bactéria presente na urina de ratos, ratazanas e camundongos, comum na água das enchentes, lama e esgoto. A transmissão acontece pelo contato da urina com a pele ou mucosas e pode provocar febre alta, dor de cabeça e pelo corpo, em especial na panturrilha, vômitos, tosse, diarréia e, nos casos mais graves, amarela a pele e dos olhos.
Os sintomas podem aparecer logo no dia seguinte ao contato com a urina do roedor, mas, geralmente, eles se manifestam de uma a duas semanas depois da exposição à situação de risco. O prazo máximo para o surgimento da doença chega a 40 dias.
As duas pessoas contaminadas pela leptospirose são moradoras do Jardim São João e Gopoúva. A Secretaria ressaltou, entretanto, que ainda não foram confirmados os locais de contaminação, uma vez que a primeira contraiu a doença, provavelmente durante atividade de lazer, em rio, córrego ou piscina, e a segunda durante a limpeza de terreno baldio. Está sendo realizado um levantamento para apurar os locais exatos de contaminação.
Diante do alto índice de chuvas neste mês de janeiro, a o órgão afirma que tem promovido campanhas de atendimento e orientação à população, especialmente nos bairros afetados pelas enchentes. À reportagem, a Secretaria informou que foram enviados às Unidades Básicas de Saúde cartazes e folders alertando os profissionais sobre o risco da doença e para que o alerta seja difundido nas comunidades. De acordo com a Secretaria, a Zoonose realiza o Programa de Desratização em Córregos e Áreas Expandidas, como favelas e terrenos baldios, localizados a 200 metros de cada córrego com potencial de risco de enchente. "Outra ação é o Programa de Desratização em unidades de saúde e Pontos de Entrega Voluntária de Resíduos Sólidos (PEV`s) durante todo o ano", informou a Secretaria.
Período pós-chuva é propício a várias doenças
Diante de um cenário de destruição em decorrência de fortes temporais, como os que vêm atingindo os estados da região Sul e Sudeste desde o início do mês, a única saída para as inúmeras vítimas das chuvas é contabilizar os estrados e tentar recuperar o que sobrou. A ânsia em recomeçar a vida e reorganizar a casa leva muitas pessoas a deixarem de lado cuidados essenciais que poderiam evitar doenças decorrentes da contaminação das águas, como a leptospirose.
A doença é causada por uma bactéria presente na urina de ratos, ratazanas e camundongos, presente na água das enchentes, lama e esgoto. Sua transmissão acontece pelo contato da urina com a pele ou mucosas. Alguns cuidados são fundamentais para prevenir essa e outras doenças. Durante as atividades em locais afetados por enchentes ou alagamentos, é recomenda pelos órgãos de saúde a utilização de equipamentos como luvas, botas, calçados fechados e de estrutura rígida.
O cuidado com a qualidade da água a ser consumida também é crucial para evitar a contaminação de doenças. Hoje existem métodos caseiros de purificação da água que podem ser realizados com recursos simples, que deixam a água livre de bactérias, vírus e parasitas que podem causar doenças. Um deles é o tratamento da água com hipoclorito de sódio (2,5%). A orientação do Ministério da Saúde é utilizar duas gotas do produto em um recipiente com um litro de água e só consumir a água após 15 minutos.
Outra observação importante do Ministério da Saúde é com relação ao possível contato com animais peçonhentos como serpentes, escorpiões ou aranhas, que podem ser levados pela água das chuvas às residências e surpreender os moradores. Em casos como esses, a orientação é entrar em contato com a Vigilância Ambiental ou Centro de Controle de Zoonoses para recuperar os animais.
Saiba quais são os sintomas da leptospirose
Febre
Dor de cabeça e pelo corpo, especial na panturrilha
Vômitos, diarréia e tosse
Amarelamento da pele e dos olhos (nos casos mais graves)
Conheça os principais cuidados para evitar o contágio da doença
Beba apenas água filtrada, fervida ou tratada com hipoclorito de sódio
Evite o contato com a água e a lama das enchentes ou esgoto
Impeça que crianças nadem ou brinquem em potenciais locais contaminados
Após as águas baixarem, retire a lama e desinfete o local com água sanitária
Use luvas, botas, calçados fechados e de estrutura rígida para fazer a limpeza nos locais atingidos por enchentes
Ao encontrar algum animal peçonhento em casa acione o Centro de Controle de Zoonoses ou a Vigilância Ambiental
Ao identificar os sintomas da leptospirose deve-se procurar atendimento médico imediato.
*Fonte: Ministério da Saúde