O GuarulhosWeb fez uma série de questionamentos à Secretaria Municipal de Comunicação para saber se a cidade está preparada para enfrentar a temporada de chuvas, já que – ano após ano, há décadas – o município padece frente a qualquer temporal mais forte. São córregos tomados por lixo, sem manutenção adequada, regiões alagadiças sem proteção adequada, morros ocupados desordenadamente que propiciam o deslizamento de terras, entre outros problemas que acabam deixando desabrigados e muito prejuízo a quem perde seus pertences e até as próprias casas nessas ocasiões.
Sobre a limpeza de córregos, a Prefeitura esclarece que a Secretaria de Serviços Públicos e a Proguaru realizam a roçagem, capina e limpeza manual na beira dos córregos da cidade. "De janeiro a novembro deste ano foram gastos cerca de R$ 12,6 milhões com o serviço, incluindo gastos com maquinário e materiais", informa a Secretaria em nota.
A Prefeitura informa ainda sobre as ações da Defesa Civil Municipal, baseadas em um o Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC), elaborado por técnicos. O relatório apresenta as áreas da cidade que necessitam de ações específicas para minimizar os impactos causados pelas fortes chuvas e ventanias típicas do verão, colaborando assim para um menor número de ocorrências. O estudo é publicado entre junho e agosto para que tudo seja feito até o fim de novembro.
Segundo a Prefeitura, a Coordenadoria de Defesa Civil realiza o levantamento de recursos humanos e materiais, além do plano de chamada das equipes para utilização nos casos de emergência. Há também uma articulação com diversos órgãos da Prefeitura, que colaboram com a realização das ações, tais como o Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto), Proguaru (Progresso e Desenvolvimento de Guarulhos S/A), Samu (Serviço de Atendimento Móvel Urbano) e as secretarias de Obras, Serviços Públicos (Departamento de Obras , Administração Direta e Manutenção) e Meio Ambiente.
"As demandas levantadas e apresentadas como prioritárias através do PPDC são executadas pelas secretarias de atribuição, como por exemplo a poda de árvores, feita pelo Meio Ambiente, e a limpeza diária e permanente dos bueiros, realizada por equipes da Proguaru e da Secretaria de Serviços Públicos, que trabalham em turnos alternados 24 horas por dia".
Questionada sobre áreas propensas a enchentes e deslizamentos de terras, a Prefeitura economizou afirmando que "uma região propensa a enchente é a avenida Cumbica, em Cumbica, e a rua Cem, no Jardim Presidente Dutra". Somente na sexta-feira passada, dezenas de bairros não citados pela municipalidade foram atingidos. Houve enchentes na avenida Antonio de Souza, próximo a rodovia Presidente Dutra, na região central, em diversas ruas do Cocaia, atingidas pela cheia do córrego dos Japoneses; na avenida Salgado Filho, na Vila Rio; além de alguns bairros da região do Pimentas que foram atingidos.
A Defesa Civil cita o a região do Recreio São Jorge como muito propensa à ocorrências de deslizamentos de terra. Ali, há centenas de moradias construídas nas encostas de morros a partir de ocupações irregulares de terras em área de proteção ambiental.
A Coordenadoria de Defesa Civil informa ainda que conta com equipe treinada para atender as ocorrências, principalmente no verão. São 80 agentes que trabalham em turnos alternados 24 horas por dia. "Além disso, a Defesa Civil possui monitoramento meteorológico em toda a cidade, para que a população possa ser alertada com antecedência sobre tempestades. Conta também com um estoque estratégico, que possui colchões, roupas, alimentos, kits para higiene pessoal e outros itens para poder prestar os primeiros atendimentos às vítimas de desastres naturais."
A Prefeitura deixou de responder quanto investiu em programas contra enchentes e também não citou quais obras estão sendo realizadas na cidade neste momento nem as previsões de conclusão.