Saúde

Guarulhos registra queda nos índices de gravidez na adolescência

Município obtém resultados positivos nos últimos anos

A Secretaria de Estado da Saúde divulgou o índice de gravidez na adolescência em São Paulo, com base em números da Fundação Seade. Em 1998, foram 148 mil casos registrados, já em 2009, o número caiu para 92 mil.

Houve uma queda de 37% em 11 anos nos casos de gravidez na faixa etária de 10 a 19 anos, entre 1998 e 2009. Já entre 10 a 14 anos, o indicador apresentou queda de 19,7%, com 4.528 casos de gravidez em 1998 e 3.636 em 2009.

Em Guarulhos também aconteceu queda significativa. De acordo com o Sinasc (Sistema de Informações de Nascidos Vivos) do Datasus, em 2006 houve 3.329 adolescentes grávidas; em 2007, 3.236; em 2008, 3.099; em 2009, 3.170 e no ano passado 2.862. Comparados com dados de 2009, o ano passado apresentou queda de de 10,36%.

Mesmo com a diminuição do índices, muitas são as garotas que engravidam e encontram dificuldades. "Além do problema emocional, teve muito preconceito. As pessoas te apontam na rua, na escola; os amigos se afastam; julgam você como irresponsável, mas para mim a maior de todas foi ter que contar e encarar minha mãe, falar para ela que tudo aquilo que ela sonhou para mim talvez não fosse acontecer", conta Sueli de Lima que engravidou aos 14 anos.

De acordo com ela, além do preconceito muitas oportunidades foram perdidas. "Após o nascimento da minha filha, precisei procurar emprego. Certa vez fui fazer uma entrevista em uma relojoaria no Centro de Guarulhos e passei em todos os processos. No dia da contratação comentei com que tinha uma filha e ele disse que se futuramente precisasse de alguém me ligaria", afirma. Para tentar diminuir os dados e auxiliar os futuros pais, a Secretaria adotou, desde 1996, um modelo de atendimento, que contempla os aspectos físico, psicológico e social. Desde 2007, estão disponíveis contraceptivos comuns e pílulas do dia seguinte em 20 unidades da Farmácia Dose Certa na Capital. Nas demais localidades, a distribuição é feita nas Unidades Básicas de Saúde.

"A replicação do atendimento multiprofissional focado não apenas na prevenção, mas nos aspectos emocionais e psicoafetivos dos adolescentes, contribui não só para a diminuição dos índices de gravidez, mas também na prevenção e tratamento de doenças", disse o secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Giovanni Guido Cerri.

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