Em meio às comemorações dos cinco anos da Lei Maria da Penha, os dados ainda são alarmantes na cidade. Segundo o Centro de Referência em Atendimento às Mulheres em Situação de Violência Doméstica (Casas das Rosas, Margaridas e Beths), administrada pela Coordenadoria de Políticas para as Mulheres (CPM), de Guarulhos, de 2002 até julho deste ano foram registrados 6.901 atendimentos. Só no primeiro semestre houve 585 solicitações.
"Diferente do que se imagina os agressores não estão sempre bêbados ou drogados. Na maior parte dos atendimentos temos companheiros que chegam em casa do serviço e começam as agressões por qualquer motivo, como, por exemplo, se a comida não estiver do jeito que ele espera", afirma Hedy Maselli de Almeida, coordenadora da CPM.
Criada em 2009, compete à CPM formular, propor e articular políticas de promoção da igualdade de gênero com o apoio de outras unidades da Prefeitura e setores da sociedade civil, além de elaborar programas de ações afirmativas ou medidas especiais visando o cumprimento de acordos, convenções, declarações e planos de ação internacionais firmados pelo Brasil.
"A nossa intervenção é importante porque na maioria das vezes a mulher está com sua autoestima baixa, se sente inferior e, consequentemente, não tem autonomia financeira para sair de casa", afirma Hedy.
Ao todo, CPM dispõe de cinco Casas da Mulher Clara Maria, que atendem mulheres e jovens em situação de vulnerabilidade social e vítimas de discriminação. As usuárias assistidas encontram, além de apoio físico, psicológico e jurídico, assistência financeira através de cursos de capacitação profissional e de formação, com um auxílio de microcrédito junto à Caixa Econômica Federal.
Além disso, neste ano é de responsabilidade da CPM a organização da "III Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres", que acontecerá nos dia 29 e 30 de agosto, (segunda e terça-feira), das 9h às 18h, no Centro de Educação Ambiental Adamastor.