Enquete realizada pelo GWeb em sua página no Instagram demonstrou que 73% dos guarulhenses não aceitam a volta da realização de rodeios na cidade, como anunciou o vereador Leandro Dourado (PDT), durante sessão na Câmara Municipal na última segunda-feira (11).
Na ocasião, ele usou a Tribuna da Casa para expressar seu desejo de revogar a proibição dos rodeios na cidade, em vigor desde 2003. “Vou pedir a revogação para que a cidade de Guarulhos possa ter rodeio, sim. É uma briga que eu tenho total coragem de entrar e eu tenho certeza que a população estará com a gente”, afirmou o vereador.
Diante da posição do vereador, que pode abrir espaço para maus-tratos de animais em território guarulhense, o GWEB abriu espaço para a população se manifestar. Entre as centenas de pessoas que votaram, apenas 27% aceitam a volta dos rodeios.
A enquete contraria o que esperava Dourado em seu discurso, quando disse que estava convicto de que os munícipes guarulhenses estariam ao seu lado. A medida proposta levanta questões sobre o bem-estar animal e a ética envolvida na prática dos rodeios, visto que essas atividades são frequentemente criticadas por ativistas dos direitos dos animais, que alegam que os bichos envolvidos sofrem maus-tratos e tormento.
Dourado disse que já foi criador de cavalos. Mesmo assim defende o trabalho forçado dos animais.
“Existem provas que não tem mal trato nenhum. O couro de um boi é 5 vezes, 8 vezes mais grosso que o nosso, com uma resistência maior”, manifestou-se em relação ao uso de bois nos eventos. E emendou: “Fui contra a proibição de charretes na cidade. Sou contra a carroça. Mas charrete não”.
Para ele, um homem pode puxar uma charrete.
“Um ser humano pega uma charrete com com 2 ou 3 seres humanos em cima e ele puxa uma charrete com tranquilidade”.
Mas a realidade é bem diferente do que pensa o vereador.
De acordo com a conclusão de 18 laudos oficiais solicitados pelo Ministério Público e pelo Judiciário, dentre os quais se destacam os proferidos pelo Ibama, pelo Instituto de Criminalística do Rio de Janeiro e pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, “os corcoveios dos animais exibidos em rodeios resultam da dor e tormento infligidos a eles, não apenas pelas esporas que castigam o pescoço e baixo ventre, mas também pelo ‘sedém’, um artefato amarrado e retesado ao redor do corpo do animal, na região da virilha, que é tracionado ao máximo quando o animal é solto na arena”.