Pelo quinto mês seguido, o nível de emprego industrial na Diretoria Regional de Guarulhos do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) – região composta por Guarulhos, Arujá, Mairiporã e Santa Isabel – apresentou resultado negativo. Em março, a variação ficou em -0,90%, o que significou uma redução de aproximadamente 1.100 postos de trabalho, repetindo uma tendência de queda que começou em novembro de 2011.
Entre janeiro e março, a queda no nível de empregos da Regional Guarulhos chega a -2,28%, representando uma redução de aproximadamente 2.800 postos de trabalho. Nos últimos 12 meses, o acumulado é de -4,99%, ou 6.250 postos de trabalho a menos.
De acordo com o primeiro vice-diretor da Regional de Guarulhos do Ciesp, Maurício Collin, a queda de emprego industrial afeta todo o Brasil e como o município é importante no contexto estadual é aceitável que apresente resultados negativos. "A alta taxa de juros, os impostos, a entrada de produtos importados, entre outros fatores favorecem a queda de emprego do setor".
Collin destaca que nos últimos dois anos houve um alto índice de consumo de bens duráveis, que são os principais itens que movimentam o setor industrial. "Deste modo, há uma perspectiva para que no segundo semestre haja uma acomodação do mercado".
Diante deste cenário, o primeiro vice-diretor da Regional de Guarulhos comenta que o Ciesp está preparando para a próxima quarta-feira um plano de ajuda às pequenas e médias indústrias na área de desenvolvimento tecnológico das empresas.
A queda no emprego industrial foi influenciada pelas variações negativas dos setores de produtos de metal exceto máquinas e equipamentos (-4,30%), metalurgia (-1,32%), veículos automotores e autopeças (-0,79%), produtos têxteis (-0,56%) e confecções de artigos do vestuário e acessórios (-0,48%) que são os setores que mais influenciam o cálculo do índice total da região.
Fiesp prevê um 2012 muito difícil
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) estima que o nível de emprego na indústria de transformação de São Paulo pode ficar negativo em 2012 ou, na melhor das hipóteses, ficar estagnado, em uma taxa de 0%. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira, em março o nível de emprego com ajuste sazonal caiu 0,87% ante fevereiro, com o fechamento de 4,5 mil vagas.
"Foi um mês de março atípico, assim como no acumulado dos três meses deste ano (0%)", avaliou o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francine. Conforme levantamento da entidade, este foi o pior mês março para a série iniciada em 2006. No caso do trimestre, o resultado só perde para os três primeiros meses do ano de 2009, marcado pelo auge da crise mundial.
Francine diz ainda que as recentes medidas adotadas pelo governo como a desoneração da folha de pagamento e o estímulo ao crédito para pessoas físicas e jurídicas não devem alterar significativamente este cenário do emprego industrial no Estado. "Não houve medida com dimensão para gerar um grande impacto no emprego", afirmou.