Cidades

Guarulhos travada

Nada como a prática para retratar a teoria. No início da noite desta segunda-feira, o guarulhense sentiu na pele a incompetência administrativa tanto do prefeito Sebastião Almeida (PT) como da Secretaria Municipal de Trânsito. Bastou uma carreta fechar uma rua (a Lions) na Vila Rio, por volta das 15h, para que um grande congestionamento tomasse conta de toda a região, estendendo-se até o Centro durante mais de cinco horas.
 
 
 
Tráfego proibido. E daí?
 
O motorista da carreta, que voltou de ré na rua Lions e fez um L interrompendo o tráfego, estava em uma via não permitida para este tipo de veículo. Mas não existe fiscalização. Moradores da região relatam que é comum o tráfego de caminhões de grande porte por ali. Apesar do “incidente” ter ocorrido no meio da tarde, nenhuma alternativa foi oferecida. A Salgado Filho travou na altura do número 3.300. O congestionamento, por volta das 19h, atingia a rua João Gonçalves, onde a avenida começa. Ou seja, mais de 3 km de trânsito completamente parado.
 
 
 
Tudo errado
 
Sobrou para todo mundo. Com as principais avenidas paradas, os motoristas tentavam por conta própria desvios por dentro dos bairros. Paraventi, Renato Maia, Vila Progresso e até o Picanço viram suas ruas engarrafadas. Era um tal de motorista subindo e descendo ruas sem saber para onde fugir. Com os ônibus parados em meio a esse caos, muitos passageiros seguiram seus caminhos a pé. Tudo por causa de uma carreta quebrada no lugar errado. Ou seria numa cidade errada com administradores errados?
 
 
 
Falta de ações
 
O caos no trânsito nesta segunda-feira confirma a total falta de planejamento no sistema viário. Guarulhos não conta com avenidas para ligar seus principais bairros nas mais diferentes regiões. Entre tantos problemas que a cidade acumula, este seria um ótimo mote de campanha para quem pretende ocupar o Bom Clima. Em 16 anos de administração do PT, pouco ou quase nada foi feito para – ao menos – melhorar o trânsito em Guarulhos.
 
 
 
Cofres vazios
 
Com a possível saída de Dilma Rousseff (PT) no início de maio e um governo de Michel Temer (PMDB), começam as especulações sobre os possíveis beneficiados e prejudicados nas eleições municipais. Óbvio que quem estiver ligado ao partido que fica com a chave do cofre sairia em vantagem. Entretanto, com o cofre vazio, isso pode se transformar em um tiro no pé. Em contrapartida, o PT – que pode se colocar numa posição de vítima, a considerar a postura da presidente na entrevista de segunda-feira – teria condições de tentar renascer das cinzas.
 

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