Opinião

Guarulhos, uma cidade que ainda carece se desenvolver

Guarulhos, uma cidade que completa nada menos do que 450 anos de história. O que dizer então sobre esta metrópole, que ainda não atingiu sua maioridade, já que, apesar da pujança econômica, ainda mantém um subdesenvolvimento explícito, flagrante em cada criança que se exibe nos faróis, nos rios mortos pelo esgoto, na poluição que acinzenta nosso céu, na água que insiste em não chegar a muitas torneiras, em cada morte violenta, em cada caso de corrupção denunciado ou não?


Pode até parecer estranho falar nestas coisas em um dia como este de festa. Dizem que essas coisas a gente não deve expor desse jeito. Não é politicamente correto  estragar o brilho de uma data tão importante. Afinal, são 450 anos. Sim. Pode-se não ter o direito de macular este marco atingido até aqui por poucos municípios brasileiros. Mas, em nome da transformação da sociedade, que se peresegue em todos os momentos, vale sima a reflexão.


Afinal, esconder a sujeira embaixo dos tapetes não é uma forma muito inteligente de avançar. Por isso é melhor  analisar e expor o que se julga ser  incorreto em nome de um bem maior:  o verdadeiro desenvolvimento de Guarulhos.


Em diferentes oportunidades, neste mesmo espaço ou em outras, já se afirmou que Guarulhos é uma cidade explorada no pior sentido que essa palavra pode conter. Por mais que muita gente festiva não goste de ouvir isso, é bom explicar. Até bem pouco tempo atrás, pouquíssima gente – que teve a oportunidade de interferir diretamente no desenvolvimento deste maravilhoso município – preferiu explorá-lo. Tirar o máximo possível de sua riqueza, de sua terra, sem investir como deveria no avanço da cidade.


Guarulhos ainda carece de ser desenvolvida sim. Precisa de gente que não apenas retire, mas que saiba colaborar para a efetiva transformação desta cidade, em busca de mais justiça social. Isso é possível se houver pessoas compromissadas em trabalhar arduamente por esses ideais.


Nunca é demais lembrar que tem gente também que sempre pesnou assim, mas que se perdeu pelo caminho. Que tinha sonhos maravilhosos mas que se rendeu às benesses de um pseudo poder, que – todos sabem – é efêmero. Porém, cada um com seus problemas e suas convicções.


Que o povo guarulhense não se iluda com uma obrinha aqui outra ali. Isso é obrigação do poder público. Que as pessoas de bem desta cidade encham o peito para afirmar que são guarulhenses. Que se resgate em cada um o desejo de fazer uma cidade melhor. Não apenas em discursos que desaparecem em pouco tempo. Mas em atitudes práticas. Que se pense sempre nesse bem maior.


Que Guarulhos, a segunda maior cidade do Estado em população, extrapole essa condição em termos de números. Que ela seja a segunda, ou melhor, a primeira, em qualidade de vida e desenvolvimento real.

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