O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira, 11, que o Brasil tem uma velocidade potencial de crescimento entre 3,5% e 4% por ano, mas voltou a reclamar dos impactos da pandemia de covid-19 para justificar o ritmo atual da economia.
"Quando falamos de crescimento, falamos de educação, tecnologia, novos investimentos, marcos regulatórios novos. Estamos só começando esse trabalho. Mas acredito em uma velocidade de cruzeiro de 3,5% a 4% se tivermos essa sequência desobstruída", afirmou o ministro, em participação no Itaú Macro Vision 2021.
Para 2022, Guedes repetiu ter confiança no crescimento da economia brasileira, ainda que em ritmo menor. "Deve haver uma desaceleração, é normal quando estamos vindo do fundo do poço. Os juros sobem um pouco agora no combate à inflação. Mas estamos falando de uma desaceleração de uma retomada", comentou.
<b>Reformas</b>
Ele reafirmou que o governo acredita na aprovação da reforma administrativa até o fim deste ano. "Eu prefiro trabalhar forte. O fiscal está forte, estamos lutando sempre. Estamos em democracia, às vezes a gente perde a batalha. Você não consegue fazer tudo que quer, as reformas saem 70% ou 80%", completou.
<b>Inflação</b>
O ministro disse ainda que o governo está de olho na inflação e na redução de tarifas para setores específicos. "A ruptura de cadeias produtivas aconteceu em países mais avançados. Aqui a ruptura foi menor", reiterou.
<b>EUA</b>
Paulo Guedes afirmou também que a inflação vai "surgir com toda a sua força" nos Estados Unidos. "Vamos ver Bancos Centrais do mundo passando aperto lá fora, o nosso aqui também. Está todo mundo junto nessa. Todo mundo ajudou a dar o empurrão e todo mundo vai ter que recuar", comentou.
Mais uma vez, Guedes argumentou que, diferentemente de outros países, o Brasil tem dinâmica de investimento em alta. "O juro vai subir desacelerando um pouco o crescimento. É diferente do problema deles (EUA), que estão sem dinâmica de crescimento. O tempo vai dizer", completou.
O ministro disse ver com "complexidade" o ambiente externo, com problemas sérios. "Se fizermos uma transição rápida para a economia verde, explode as cadeias produtivas, porque ainda não há energia suficiente. Chamam até de inflação verde", completou. "A notícia ruim é que o ambiente não vai melhorar lá fora, vai piorar", concluiu.