O ministro da economia, Paulo Guedes, minimizou nesta quarta-feira, 14, os planos do governo para cortar verbas destinadas ao programa Farmácia Popular, conforme noticiado na terça-feira, 13, pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) e pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Ao comentar o caso e citar supostos cortes de recursos utilizados para compra de fraldas geriátricas e absorventes no ano que vem, Paulo Guedes disse tratar-se de um processo político em aberto, ainda não definido.
"É um processo político, ainda não houve encaixe", disse Guedes a empresários durante almoço na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). Bastidores de Brasília dão conta que o núcleo duro da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro já recuou da ideia para evitar desgastes com o eleitorado.
Guedes também aproveitou a ocasião para relativizar uma série de outras condutas do governo federal, como o desrespeito ao teto de gastos e o aumento do controle do orçamento pelo Congresso Nacional.
Segundo Guedes, o teto de gastos foi mal construído e tem falhas claras, que teriam ficado mais evidentes, por exemplo, no caso da negociação com a Petrobras pela Cessão Onerosa e, mais recentemente, durante a pandemia, quando foi necessário elevar gastos.
Segundo Guedes, o governo "não é maluco e dogmático" e foi preciso desrespeitar o controle fiscal para fazer frente ao cenário de emergência.
Com relação a distribuição de recursos dentro do pacto federativo, Guedes disse Estados e Municípios "nunca receberam tanto e quem reclama é débil mental ou militante". Ele disse que é natural o aumento de autonomia do Legislativo sobre o orçamento e que não resta nada a fazer sobre isso a qualquer governo eleito.