O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira, 20, que, em 2023, o Brasil estará sem o "freio de mão" representado pela política monetária. "No ano que vem, teremos dois componentes positivos de crescimento, investimento e reaceleração cíclica, mesmo com freio de mão puxado, que é a política monetária deste ano", afirmou Guedes em Convenção da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) em Campinas (SP). "Ano que vem, vamos estar com freio de mão solto", acrescentou.
Depois de criticar o Banco Central pelos alertas sobre a situação fiscal brasileira, Guedes reviu a posição e, hoje, afirmou que a autoridade monetária "trabalhou certo" ao longo da crise econômica. "O Banco Central trabalhou certo, acordou antes de todos os bancos centrais do mundo. Foi o primeiro a se mover, já estamos com juros relativamente fortes e altos, estamos travando a inflação", declarou no evento. "Os juros do Banco Central estão altos exatamente para combate à inflação", seguiu, um dia antes da decisão de política monetária da instituição.
O ministro pediu ao público que não se deixe levar por "narrativas políticas" que supostamente estariam contra o governo. "Estamos em direção a uma economia de mercado de consumo de massa", afirmou. Ele reiterou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai devolver de R$ 80 bilhões a R$ 90 bilhões ao governo, o que o ministro chamou de "despedalada final".