O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira que é possível manter o Auxílio Brasil no valor de R$ 600. "Dentro da responsabilidade fiscal, gerando superávit, nós conseguimos pagar o auxílio de 600. Então é evidente que nós vamos pagar", afirmou. "O que garante o pagamento é a política. A decisão política."
"A Câmara já aprovou o imposto sobre lucros e dividendos, isso daria R$ 69 bilhões. Ou seja, da perfeitamente fazer um reajuste de tabela de imposto de renda de R$ 17 bilhões mais os R$ 52 bilhões do auxílio", disse Guedes, indicando que essa seria uma solução "estrutural e permanente".
Falando sobre a expansão da atividade econômica, divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE, Guedes estimou que se não fosse pela taxa Selic elevada, como forma de combate à inflação, o crescimento do PIB já poderia ser de ao menos 3,5% neste primeiro semestre.
"Neste ano, estamos com o freio de mão puxado, que é o Banco Central combatendo a inflação", disse o ministro. "O Brasil estaria crescendo 3,5%, de repente 4% se não fossem os juros."
<b>América Latina</b>
O ministro da Economia criticou modelos econômicos que privilegiam o planejamento da atividade econômica pelo Estado. "A China só tirou a população da miséria quando mergulhou nos mercados globais", afirmou. "Enquanto isso, na América Latina, países estão desmanchando indo no caminho da miséria, indo em direção ao socialismo. É uma escolha política e econômica errada."
Guedes criticou a instituição do Ministério do Planejamento no Brasil. O modelo estatista corrompeu a economia brasileira", disse, apontando que a taxa de crescimento diminuiu desde instalação do órgão.
O ministro destacou ainda que, embora o gasto público participe do crescimento, a expansão da atividade vem se apoiando nos investimentos privados, com destaque para os desdobramentos da desregulamentação de setores como o gás, o saneamento e o 5G, entre outros.