Estadão

Guedes: economistas brasileiros têm treinamento deficiente em equilíbrio geral

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira que o primeiro grande plano econômico do atual governo era o de controle das despesas públicas. Segundo ele, os economistas brasileiros, na sua maioria, têm treinamento deficiente sobre equilíbrio geral.

"Quem tem treinamento com deficiências diz que o governo não tem um plano, mas nosso primeiro plano é interromper essa trajetória explosiva de gastos", rebateu Guedes, participante do 4º Encontro "O Brasil Quer Mais", promovido pela International Chamber of Commerce (ICC), no painel "Por que ainda não abrimos".

Segundo o ministro, o governo tinha como ideia derrubar os juros. E para isso, disse ele, era preciso privatizar, desinvestir, como a Petrobras fez para pagar os gastos.

"A Petrobras fez isso e melhorou o seu balanço. Por isso a Petrobras melhorou os seus investimentos", justificou o ministro.

Guedes voltou a dizer que o governo atual vai terminar seu mandato gastando menos que quando começou e lembrou que havia muitos ministérios na área econômica que gastavam R$ 15 bilhões e que agora tem só o Ministério da Economia gastando R$ 10 bilhões.

Por isso, diz ele, trazer investimentos estrangeiros nos próximos 10 anos é parte do plano econômico do atual governo. "É fazer o movimento de fora para dentro. Não existe mais a figura do planejador central, coisa que não tem nem mais nem na China", disse.

"Quando vocês virem um economista criticando o governo é porque ele não tem um bom treinamento e não está conseguindo entender o programa", provocou Guedes.

Ele voltou a rebater as críticas às privatizações do atual governo por parte de pessoas que fizeram parte do governo do tucano Fernando Henrique Cardoso. Guedes disse que as privatizações tucanas foram feitas no limite da irresponsabilidade e que por isso foram chamadas de "privatarias".

"Mas não estou aqui para criticar. Espero que me entendam porque é só um desabafo. Não gostaria que tomassem isso como ofensa. Precisamos ter mais respeito uns pelos outros. Eu tenho tentado praticar isso", ponderou o ministro da Economia.

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