O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer que o resultado do PIB de 2019, fechado em 1,1%, já era esperado pelo governo. "Então até agora eu não diria que houve surpresa nenhuma. Estou surpreso com a surpresa que vocês estão tendo", disse à imprensa ao fim de cerimônia no Palácio do Planalto. Ao sair do prédio do ministério em Brasília para ir ao evento, Guedes já havia afirmado não ter entendido a "comoção" com o resultado.
O ministro também voltou a falar que a economia brasileira tem dinâmica própria, e que, independentemente da epidemia do coronavírus, o Brasil vai reacelerar o crescimento, considerando a realização de reformas. "O Brasil é País de dimensão continental, tem própria dinâmica de crescimento, se fizermos nossas reformas, vamos reacelerar nosso crescimento", disse. "Se as reformas continuam, nós achamos que vamos passar de 2%", afirmou.
Guedes ainda explicou novamente sua visão de que o País não é "uma folha ao vento do comércio internacional", e que tem potência para superar efeito do coronavírus. "Vai atrapalhar um pouco, mas temos potência suficiente para superar esse efeito. Brasil não é uma folha ao vento do comércio internacional", disse, acrescentando que a China não deixará de comprar produtos agrícolas do Brasil em função da epidemia.
"Naturalmente, quando o mundo começa a desacelerar, quem sofre os maiores impactos são as economias mais abertas, então a crise começou na China. E a China é uma economia muito aberta, então ela pega o maior dos impactos. Os maiores parceiros comerciais dela vão sofrer impacto também. A China compra muito produto agrícola do Brasil, ela não vai parar de comer. Chinês pode ter coronavírus, ele vai precisar comprar soja, vai continuar comprando produtos agrícolas nossos", afirmou, pontuando que, enquanto o mundo cresceu sincronizadamente durante "20, 30 anos", o Brasil ficou fora.
"O Brasil afundando e o mundo acelerando. Agora o mundo começou a desacelerar e nós estamos reacelerando, estamos fora de fase com eles", comentou.