O chefe do Executivo guarulhense, Guti, integra um grupo de 10 prefeitos, que desembarcaram em Brasília na semana passada para pressionar o governo federal por ajuda financeira para manter os preços atuais das tarifas ou permitir um aumento mínimo a partir de 2022. A alta acumulada de 65% no preço do diesel usado para fazer andar ônibus públicos em todo o País neste ano levou a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) a juntar os mandatários de grandes cidades brasileiras para negociar recursos da União com os presidentes da Câmara, do Senado e com o Ministério da Economia.
Em Guarulhos, o último reajuste nas passagens dos ônibus ocorreu no início de 2019, há quase três anos. Planilhas de custos apresentados pelas empresas concessionárias do transporte municipal indicam que a passagem, sem subsídios por parte da Prefeitura, deveria custar até R$ 6,65 para o vale-transporte ou R$ 6,00 no bilhete único. Em outubro, a administração municipal dispendeu R$ 4,1 milhões em subsídios. Ao longo de todo o ano de 2021, deve superar R$ 40 milhões em recursos para garantir as tarifas mais baixas.
A tarifa do transporte público influencia diretamente a renda das famílias, reconhece Guti, que não economiza esforços para evitar um novo reajuste. “Estamos com o IPTU congelado desde 2017 justamente para minimizar o impacto maior financeiro na vida das famílias. Por nós, manteríamos mais um ano sem reajuste de tarifas, mas os custos dos insumos pressionam os valores. A Prefeitura não tem mais recursos para aumentar os valores de subsídios”, explica.
Segundo levantamento do Instituto Mobilize, os gastos com transporte representam mais de 10% do orçamento mensal dos moradores de capitais brasileiras e regiões metropolitanas.