Cidades

Guti pode ir à Justiça para que DAEE resolva inundações na Vila Any, Guaracy e Izildinha

O prefeito de Guarulhos, Guti (PSD), disse nesta sexta-feira, em entrevista ao GuarulhosWeb, que pode ingressar na Justiça com uma ação para que o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) tome providências urgentes em relação às inundações na região da Vila Any, que atinge os bairros Guaracy e Izildinha, em Guarulhos, devido ao transbordamento do Rio Tietê.   Ele tem uma reunião agendada com a diretoria do DAEE no início da semana. “Caso não tenha uma solução, vamos à Justiça para defender o interesse dos guarulhenses”, afirmou.

Os moradores do lado guarulhense sofrem com as ruas e casas alagadas há mais de um mês, até mesmo quando não chove, já que a região fica abaixo no nível do rio e, neste período do ano, não há escoamento. A Prefeitura já promoveu uma série de intervenções no local, principalmente de assistência à população, como a limpeza das ruas e casa, além de fornecimento de alimentação. Porém, devido ao grande volume de água que invade as ruas dos bairros, não há condições de bombear a água de volta ao rio, já que ela retorna para as áreas já alagadas.

Guti explicou que quer uma ação efetiva do DAEE no sentido de construir do lado guarulhense um “polder”, equipamento que funciona como dique e muro de contenção e serve como uma barragem para evitar que a água saia do rio e vá para os bairros guarulhenses. Um equipamento deste foi construído pelo DAEE há cerca de uma década para evitar os alagamentos na região do Itaim Paulista, lado paulistano do rio. Segundo o GuarulhosWeb apurou, desde que essa obra foi realizada a situação piorou já que a água corre para o lado guarulhense.

“Estamos sofrendo demais com esta situação. Não podemos mais aceitar de forma passiva por uma solução. Se o DAEE não tomar providências imediatamente, entraremos na Justiça para exigir a responsabilização da empresa estadual”, disse ao GuarulhosWeb nesta sexta-feira.

Outro problema que Guti quer que o DAEE resolva é a barragem da Penha, localizada na divisa entre Guarulhos e São Paulo, que tem a passagem de água controlada pela estatal em dias de maior quantidade de chuva, o que compromete diversos córregos da cidade que desembocam no rio Tietê. “Muitas vezes, o Baquirivu não consegue desaguar no Tietê, já que o rio já está cheio naquele ponto. Com isso, a água volta e inunda várias regiões da cidade, como o Jardim Marilena e o Haroldo Veloso”, explicou.

RESPOSTA DO DAEE (Atualizado em 28/2)

Com relação a matéria referente aos alagamentos na região da Vila Any e da Vila Izildinha, bem como da região do bairro Guaracy, em Guarulhos, cabe destacar que esses locais estão próximos da margem direita do Rio Tietê, sendo que boa parte dessas áreas estão inseridas na área de preservação permanente (APP) daquele rio, além de ocuparem parte da área de proteção ambiental (APA) da Várzea do Tietê,  em zona classificada ambientalmente como cinturão meândrico, ou seja, parte da faixa de terreno da planície aluvial do Rio Tietê que geralmente é  constituída  por sedim entos não consolidados trazidos pelo rio, sujeitos a inundações frequentes por transbordamento, podendo apresentar, em alguns trechos, áreas de solos mais consolidados e ligeiramente elevados em relação ao conjunto. Sendo assim, a finalidade dessa área é exatamente o controle das enchentes, considerando suas características geomorfológicas, hidrológicas e sua função ambiental.

Vale destacar que a finalidade da Lei de criação das APA é a proteção e recuperação do Rio Tietê e do seu entorno, bem como do controle de ocupação das várzeas, de forma a minimizar o fenômeno das enchentes e dos efeitos dos processos erosivos e do assoreamento causados pela urbanização, além da preservação e a recuperação dos remanescentes da biota local.
Em complemento às medidas de drenagem adotadas pelo município de Guarulhos e visando minimizar o impacto dos eventos chuvosos de maior magnitude na região, atualmente o DAEE está canalizando um trecho de três quilômetros do Rio Baquirivu-Guaçu, entre as alças de acesso da Rodovia Hélio Smidt à Avenida Natalia Zarif (acesso ao aeroporto de Cumbica) e a foz do córrego Cachoeirinha, onde se encontra o citado Jardim Marilena. As ações devem estar concluídas ainda em março deste ano. Em 2019 o DAEE também canalizou um trecho de 2,7 quilômetros daquele rio entre a sua foz no rio Tietê e a avenida Natália Zarif.  As obras aumentaram a capacidade de vazão do canal e foram essenciais para o rápido escoamento das águas.
No caso da região do Condomínio Haroldo Veloso (proximidades da Avenida Delfinópolis), cumpre informar que o mesmo está “encaixado” entre as vertentes do Ribeirão Tanque Grande e a margem direita do Rio Baquirivu-Guaçu, e está localizado a cerca de 9 km da sua foz com o rio Tietê, não sofrendo portanto, qualquer influência dos níveis daquele curso d’água receptor.
Cabe destacar que de acordo com a regra operativa da Barragem da Penha, a área de influência do remanso do lago do reservatório desta Barragem se estende por pouco mais 5 quilômetros, até o início da via de acesso ao aeroporto de Cumbica, não havendo, portanto, influência nas áreas da Vila Any e bairros Izildinha e Guaracy, que estão a mais de 18 quilômetros de distância da área de remanso e a mais de 23 km do eixo daquele dispositivo hidráulico (barragem). Atualmente quatro das seis comportas existentes estão fechadas e não houve, até o momento, necessidade de manobras operacionais.

O DAEE segue atento à situação e monitora as condições hidrológicas e meteorológicas que afetam a região e emite alertas para a Defesa Civil quando necessário para garantia da segurança das pessoas, principalmente aquelas que vivem em áreas vulneráveis e de risco. A equipe de plantão 24h fica à disposição para mais informações através do número 11-3293-8461.

 

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