Apesar de haver candidatos, alguns com plataformas favoráveis ao mercado, contra a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) pela disputa ao Planalto, a probabilidade de um segundo turno na eleição presidencial deste ano entre o petista e outro postulante que não seja o atual chefe do Executivo é baixa. A avaliação é da Eurásia em relatório divulgado nesta segunda-feira, 21. De acordo com a consultoria, as chances de Bolsonaro não estar com Lula na reta final da disputa são de apenas 20%.
Na avaliação da Eurasia, embora ainda faltem oito meses para a eleição, Lula é hoje o favorito, com 70% de chances em um confronto contra Bolsonaro. Se um candidato da chamada terceira via chegar ao segundo turno, a corrida estará próxima de um sorteio. Mesmo neste cenário, a Eurasia enxerga Lula com leve vantagem.
"Um candidato centrista favorável ao mercado, como o ex-juiz Sergio Moro, do Podemos, ou o governador de São Paulo, João Doria, do PSDB, poderia derrubar Bolsonaro e chegar a um segundo turno contra Lula? E o esquerdista Ciro Gomes do PDT? A abordagem do modelo de taxa básica sugere que isso é improvável", informou a Eurasia.
<b>Primeiro turno</b>
Segundo Eurasia, há apenas 15% de chances de Lula obter 50% mais um dos votos válidos e ser eleito no primeiro turno. No entanto, se Bolsonaro cair ainda mais nas pesquisas e outros candidatos não subirem, é possível que este cenário se concretize.
"É altamente provável que Bolsonaro chegue ao segundo turno. Há uma chance de Bolsonaro não chegar ao segundo turno, mas isso exigiria que sua posição caísse ainda mais nas pesquisas por causa de um cenário econômico ou pandêmico pior do que o esperado ou algum outro desenvolvimento imprevisto", afirmou.
A consultoria analisa os índices de aprovação do governo para determinar se a próxima eleição é uma mudança ou uma eleição de continuidade, principalmente quando um titular está concorrendo à reeleição. De acordo com essa métrica, Bolsonaro está em uma posição ruim. Atualmente, ele tem um índice médio de aprovação de apenas 30%, o que, segundo o modelo da consultoria, lhe daria quase 20% de chances de ser reeleito.
No entanto, o chefe do Executivo teria tempo suficiente para retornar aos quase 40% de aprovação de um ano atrás, segundo a Eurasia. Mas com a maioria dos economistas prevendo um crescimento próximo de zero em 2022 é improvável que a economia eleve muito os números de Bolsonaro, segundo relatório.