O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira, 19, que o Brasil tem uma gordura na política monetária que abre espaço para novos cortes de juros, reiterando que isso não é uma pressão ao Banco Central. Ele participou do XXVI Congresso Internacional de Direito Constitucional, promovido pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) e a Fundação Getulio Vargas (FGV) em Brasília.
"Todo mundo reconhece que 2024 será um ano desafiador, não sabemos quando as taxas de juros começarão a cair pelo mundo. No Brasil, temos gordura na política monetária, temos espaço para possíveis novos cortes de juros. Não estou pressionando o Banco Central, estou dizendo que há espaço efetivamente para cortar os juros", disse o ministro.
A análise de Haddad sobre os juros veio na esteira de um comentário sobre o cenário internacional desafiador para 2024.
Ele ponderou que, desde a covid-19, há piora do cenário externo, com o pós-pandemia, guerras, recrudescimento da inflação e alta de juros. No entanto, apontou que o Brasil tomou medidas há mais de 15 anos que blindaram a economia e protegeram o País de marolas e tsunamis internacionais.
Haddad ressaltou, no entanto, que embora os desafios do cenário internacional sejam enormes, não há clareza sobre desfechos, porque tudo pode desanuviar rapidamente. Nesse sentido, ele defende que o País some forças nesse momento para aproveitar suas vantagens.
Como exemplos, citou a produção de energia limpa e o fato de o Brasil ser credor líquido internacional.