Cotado para ser o novo líder do PT na Câmara em 2016, o deputado Afonso Florence (BA) criticou nesta quarta-feira, 27, um suposto direcionamento nas investigações da Operação Lava Jato para envolver o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na 22ª fase da operação, deflagrada nesta manhã, a Polícia Federal incluiu o tríplex que seria do ex-presidente no rol de imóveis com “alto grau de suspeita quanto à sua real titularidade”.
Lula e familiares, contudo, não foram alvos diretos da operação “Triplo X”. Também não estão no rol de investigados da ação policial.
“A evolução desta fase como um aparente foco numa suposição de uma visita (do ex-presidente ao imóvel) sem um nexo direto com o objeto da investigação é realmente inusitado. Isso dá sustentação de que haja por trás alguma preferência política em atingir o presidente Lula”, acusou o petista.
Para Florence, “circunstâncias muito contundentes” sobre integrantes da oposição, como delações que mencionam o ex e o atual presidentes do PSDB, respectivamente, Sérgio Guerra (falecido) e o senador Aécio Neves (MG), não contam com “nenhuma investigação minimamente respeitável”. Por outro lado, observou, apurações de “quinta grandeza” que mencionam Lula servem de base para insinuações sobre o ex-presidente.
“Não tenho dúvida de que usam um vazamento muito inconsistente como algo para cercar o ex-presidente”, afirmou.
O deputado do PT frisou que, diante desse quadro, o desempenho e a “suposta isenção” das instituições ficam “em xeque”. Florence afirmou que esse comportamento abre margem para que haja muito disputa política em torno da investigação e se reedite um “terceiro turno eleitoral”. Ele disse que a oposição, inconformada com a derrota nas eleições de 2014, tenta continuar a desgastar indiretamente a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente para inviabilizá-lo em uma futura disputa ao Palácio do Planalto.