Economia

Habitação, Alimentação e Transportes foram os grandes vilões do IPC-S, diz FGV

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) do primeiro semestre registrou taxa acumulada de inflação de 6,42% e teve nos grupos Habitação, Alimentação e Transportes as maiores influências de alta do período. Conforme os cálculos do coordenador do indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti, eles responderam, juntos, por 4,90 pontos porcentuais de todo o IPC-S.

“No primeiro semestre de 2014, a inflação acumulada foi de 4,21%”, lembrou, reforçando a análise de que o atual período de preços altos vem dominando o cenário brasileiro.

De acordo com Picchetti, a Habitação apresentou alta de 9,18% entre janeiro e junho e respondeu por 2,32 pontos porcentuais de todo o IPC-S. A Alimentação teve aumento de 6,14%, com contribuição de 1,54 ponto. O grupo Transportes, por sua vez, subiu 6,23% e representou 1,04 ponto porcentual.

Quanto aos demais grupos pesquisados, o de Despesas Diversas foi o de maior variação positiva no primeiro semestre, de 11,16%. Gerou, porém, contribuição menor que os três conjuntos de preços anteriormente citados, de 0,35 ponto porcentual.

O grupo Saúde acumulou alta de 4,98% e respondeu por 0,57 ponto porcentual; Educação avançou 6,07% e gerou impacto de 0,45 ponto porcentual; e o de Vestuário apresentou variação positiva de 1,44%, com contribuição de 0,08 ponto porcentual. O grupo Comunicação teve a elevação menos intensa do período, de 1,19%, e também gerou a menor contribuição, de 0,06 ponto porcentual.

Para o segundo semestre, Paulo Picchetti não espera uma inflação acumulada tão intensa e disse que este é um pensamento comum entre os especialistas, já que há expectativa de que o mercado de trabalho no País continua sofrendo os efeitos da atividade fraca.

Ele lembrou também que os impactos das políticas fiscal e monetária tendem a permanecer afetando a economia. “Dificilmente também vai ter um tarifaço como o do primeiro semestre”, disse o coordenador do IPC-S, apontando os reajustes, como o da energia elétrica, como os grandes culpados pela inflação alta do período entre janeiro e junho.

Conforme os cálculos de Picchetti, a média mensal de inflação no primeiro semestre de 2015 foi de 1,04%. “Se eu jogasse este número para o restante do ano, teríamos uma taxa de 13,24% em 2015”, destacou. “Mas esse é só um exercício hipotético”, ressaltou o coordenador, que elevou nesta quarta-feira a projeção do IPC-S do ano de 8,1% para 8,6%.

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